quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Vil humor que consome o medo


Parece que a polémica das caricaturas continua e inclusive parece ter sido amplificada.
Começaram as manifestações que transformam as caricaturas em brincadeiras inocentes, isto porque a melhor resposta que conseguiram foi cantar (e como eles gostam de cantar) "Morte à Dinamarca". Com estas cantorias e com o queimar de bandeirinhas (à qual sou completamente indiferente) estes parecem querer dizer que na realidade levam o seu fanatismo a sério e não o querem ver ser alvo de chacota. Que coisa mais vil se podia ter feito do que fazer pouco de bombistas sérios e, além disso, insinuar que os stocks de virgens estavam esgotados. É grave, de facto, a confirmar-se a ausência de stocks de virgens, a indústria suicida pode ter os seus dias contados. Estão a pôr em causa a maior indústria do mundo Islâmico (eu sei que as generalizações são injustas), logo, e de forma inteligente, eles também quiseram boicotar a indústria dinamarquesa retirando os seus produtos do mercado. Isto na realidade resume-se, mais uma vez, ao capital, são lutas capitalistas de multinacionais que não querem perder o seu mercado. É o mercado dos produtos dinamarqueses contra o mercado Islâmico das virgens.

Falando mais sério...se conseguir claro. Talvez o que tenha aborrecido estes cantores de improviso seja o facto de na Europa (e não só) o humor ter sido usado para caricaturar as alarvidades que alguns cometem, tirando assim o peso, a gravidade e o medo do qual se alimentam os mais fundamentalistas. Qual inglória escalada de terror, de decapitações e de demonstrações de violência perante um mundo que banaliza o terror, que vive nele e que troça dele, que o faz reduzir à sua insignificância. No humor, a morte e o terror nada conseguem, e uma sociedade que percebe que é o medo que gera violência e vice-versa, os propósitos do terrorismo perdem o alcance e perdem o vigor. E, por isso, a liberdade de expressão vai ser sempre mais vilipendiada pelos fanáticos do que as guerras, pois apenas sabem jogar nesse terreno, no terreno da coexistência humorística, aqui e no mundo, eles sentem-se como o José Castelo Branco num paraíso de virgens...no mínimo desconfortáveis.

P.S. Supostamente a moça do lado direito representaria o "bem de consumo" denominado virgem.

2 comentários:

João Dias disse...

Esta é uma foto digna da world press photo, assim como se fosse uma foto de último suspiro, no entanto esta é a foto do primeiro suspiro.

:)))

Rui Maio disse...

mas que olho clínico. o pedro é que usa óculos mas conseguiu descortinar algo que me tinha escapado numa primeira análise (mais descuidada) talvez por não ter olhado logo para a região em questão!!! quanto aos suspiros cada um(a) os dá por onde sente mais saudade!!!