terça-feira, fevereiro 07, 2006

Caro/a MP-S:

A desinformação é tão generalizada que não percebo a súbita preocupação. A desinformação acerca da situação do Iraque teve também em contraponto a informação que desmascarava as verdadeiras intenções e a falsidade dos argumentos.
Portanto a censura não nos "protege" melhor da desinformação do que a liberdade de expressão, bem pelo contrário.

No caso específico tratam-se de caricaturas, livres de serem interpretadas como xenófobas, como certeiras, como dispensáveis etc. Agora isso reforça a necessidade de liberdade de expressão, porque a censura vai ser imposta por quem? Quando há consenso alargado em relação a algo é uma coisa, quando não existe a liberdade de expressão faz o seu papel.

Eu subscrevo a necessidade de não fazer uma distinção racial, xenófoba, mas isso não pode suportar a censura ou a ausência de crítica. As pessoas de quem eu gosto muito não estão livres de críticas, penso que é fácil perceber que a crítica e a irracional xenofobia não têm de estar ligadas. Subscrevendo eu a necessidade de não generalizar a visão terrorista do Islão, não subscrevo a generalização da crítica como manifestação de xenofobia.

Em relação à última pergunta, com certeza que defendo a liberdade de satirizarem o ocidente e a sua religião dominante.

4 comentários:

Rui Maio disse...

e mais: a própria desinformação está intrinsecamente ligada à MANIPULAÇÃO de informação (que o João já referiu no caso dos argumentos que os EUA usaram para tentar validar a intervenção militar no Iraque). De facto, concordo inteiramente com o João quando afirma que a censura (uma das formas mais directas e visíveis de manipulação) não protege a desinformação (nem a promove). A censura limita-se a mutilar, omitir e deformar a informação, não se preocupando sequer em produzir qq tipo de desinformação ou contra-informação (e por isso é que se torna tão visível)!

João Dias disse...

Apenas consigo corroborar a sua opinião, Mr.Roteia, não sei se era isso que esperava de mim...???

João Dias disse...

Partilho mais uma vez da sua opinião. Também me interessa bastante a reacção dos jornalistas perante esta nova vaga alternativa de informação. Inclusive lembro-me perfeitamente de porem em causa a credibilidade da blogosfera, que obviamente tem servido para boatos e rumores, mas também reparei que fizeram tábua rasa dos aspectos positivos. Constança Cunha e Sá parece ter se rendido a esta "pocilga" sem credibilidade. Eu acho que o problema da imprensa actual é afirmar-se isenta e não o ser, na blogosfera as coisas são mais assumidas e não há accionistas para satisfazer...digo eu...

João Dias disse...

Nessa matéria de homofobia já estudei duas espécies, no entanto ressalvo um aspecto positivo: o facto de estes terem de esconder a sua homofobia e, simultaneamente, usarem argumentos, o que mostra que as pessoas já não toleram qualquer tipo de homofobia.

:-)

Além disso a CCS não é propriamente um modelo de pessoa, por isso uma opinião desfavorável dela são pontos somados para os opositores.