Mário Bettencourt Resendes opina sobre O bom jornalismo e as margens de lucro .
Pelo título parece óbvio sobre o que vai ser opinado e, digo eu, até fica bem num jornal de grande tiragem opinar sobre jornalismo e a sua relação com accionistas e como estes influenciam o conteúdo alvo e a qualidade do jornalismo. Este admite que é uma problemática de difícil resolução, visto que a procura de meios de financiamento, por parte dos jornais, leva a que depois estes tenham a sua acção restringida pelas exigências intrínsecas do mercado e também pelos accionistas minoritários. Ou seja, a própria soberania dos accionistas maiores é posta em causa perante os accionistas menores e factores externos.
Toda esta questão é interessante mas opina sobre o imediatismo, a brevidade da notícia e nada, ou quase nada, sobre a isenção jornalística. É ainda mais urgente falar sobre isenção e essa não fica salvaguardada se resolvidos os problemas mencionados, para ser resolvida é preciso que a redacção editorial o queira mesmo. A ideia, errada, que se tem passado é que a solução passa por ter comentadores "isentos", além de ser um critério discutível, um comentador verdadeiramente isento poderia também ver a sua acção tão reduzida que não transmitisse nada de útil além dos factos puros e duros. A solução, a meu ver, passa por garantir a pluralidade de visões, ter comentadores que não sendo apartidários, indiferentes e meramente factuais garantam a pluralidade por terem todos direito ao espaço de opinião pública.
quinta-feira, fevereiro 02, 2006
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