quarta-feira, maio 31, 2006

Riam, chorem...mas vejam

Que bela estratégia...

A Sra. Ministra passou-se, perdeu a cabeça... O que ela pensa acerca dos professores [à excepção dos universitários - vá-se lá saber porquê ;) ] já todos sabemos, mas que o diga explicitamente denota que não deve muito à deusa Minerva!
O que será que a Sra. Ministra pretende com este ataque aos professores?! Que a situação melhore? E nem vale a pena negar algo que já se tornou claro para todos! Até para os que concordam com as suas medidas, discordam da forma como ela as "executa à bruta"!
Acho que tem que ir estudar pedagogia para casa... pois falta-lhe qualquer tacto para tratar assuntos que envolvam... enfim... pessoas!
Como se a profissão docente já não fosse suficientemente desgastante, cansativa e trabalhosa (contrariamente ao que o vulgo julga) ainda existem uns biltres que acentuam as dificuldades.
Já nem vou falar da conjuntura irónica da realidade docente - uns querendo sair não podem, outros querendo entrar não os deixam. Enfim, uma soma de desvantagens que julgo que ainda agravadas por medidas tomadas pelo anterior governo e por este reiteradas, não são em tudo culpa de ondulações governamentais. Reconheço que o problema é muito mais profundo e complicado.
No entanto, parece-me que a preocupação primordial deste governo é poupar nas reformas (a ver se alguns até morrem antes) e na progressão das carreiras. Há pessoas que nunca aprendem que nem tudo se resume a dinheiro!
Não sei se os estragos (sobretudo na forma de tratamento dos seus profissionais) que estão a ser feitos na área do ensino por este Governo vão ser compensados por "eventuais" poupanças futuras. Em qualquer medida há sempre efeitos secundários inesperados.
Eu não sou lírica. Tenho a perfeita noção que esta "intifada" (como muitos já ironizam) contra os professores de nada mais se trata do que uma justificação para as penalizações económicas que estes têm que sofrer. Considero que o enxovalho já adquiriu proporções desmedidas e irreversíveis!
Seria mais honesto dizer aos professores que, tal como outros funcionários públicos, teriam que "fazer sacrifícios"! Já nem discuto a justiça ou injustiça de serem sempre os mesmos a fazerem sacrifícios! Acho que tudo era preferível à humilhação pública que os professores estão a sofrer! E, acreditem, as repercussões não vão ser bonitas!
"Os professores são culpados pelo insucesso escolar dos alunos."
É uma pena que uma Doutora em Sociologia profira sentenças que se reportam a uma análise assente num raciocínio de senso comum do mais vulgar e irreflectido que há no mercado.
E com base em que estudo é que a Sra. Ministra diz que as escolas fazem turmas privilegiadas só com filhos de funcionários da escola?
Que há elaboração de turmas com base em critérios pouco igualitários, já sabemos, mas focar os filhos de professores e funcionários parece-me já perseguição não só à classe como aos familiares da classe.
Serão os filhos de professores e dos funcionários da escola uma população tão considerável ao ponto de condicionar o modelo de funcionamento da escola portuguesa? Estarão os professores enquanto progenitores a contrariar tão decisivamente as tendências demográficas actuais? Terá a Sra. Ministra, enquanto docente, dado também o seu contributo, produzindo os rebentos que fazem estourar a escola?
A Sra. Ministra ainda foi mais além na seguinte comparação: para os médicos "o desafio máximo é o caso pior e mais difícil do hospital", ao passo que "nas escolas a cultura profissional dos professores não os orienta para os casos mais difíceis".
Vê-se mesmo que a senhora anda completamente alheada da realidade escolar portuguesa!
Onde a senhora se foi meter! A Sra. Ministra não deve estar a falar dos mesmos médicos que não têm "tempo" nem "meios" para atender um paciente num estabelecimento público, mas no privado já têm, pois não?!
Gostaria de fazer a ressalva que existem muitos médicos que honram a sua profissão (aliás, bem nobre), sendo não só cientificamente muito bons, mas também do ponto de vista humano. Mas quantos de nós não conhecemos e já fomos atendidos pelos "outros". E estes não são poucos.
Mas quanto aos médicos as generalizações por parte da ministra já são feitas pelo lado positivo....
As "generalizações" (sobretudo as deste género) são sempre perigosas e infrutíferas na produção de bons resultados. Se não, vejamos: é com insultos e humilhações que os proprietários de uma empresa privada (já que estes são os tão adorados arquétipos do neo-liberalismo) vão conseguir uma maior produtividade por parte dos seus operários?!
Sinceramente, acho que não! A Sra. Ministra que inquira o Sr. Belmiro (não há-de faltar muito já o elegem ministro da educação), que estava também presente na reunião, se é este o método que ele adopta para os seus trabalhadores?
E, já agora, será que o Sr. Belmiro me empregará numa caixa de um seu qualquer hipermercado?!
O grave destes ataques aos professores é que está a entristecer os professores mais competentes e dedicados, que se sentem injustiçados pelas afirmações proferidas. Sim, porque os maus profissionais arranjam sempre maneira de se safarem e também não se sentem ofendidos...
Atentemos ainda na iluminada descoberta da Doutora Maria de Lurdes Rodrigues quanto ao novo método de avaliação dos professores. Coitada da senhora!
Já uma vez nos informou a todos que a região autónoma dos Açores não fazia parte da República Portuguesa! Que existia Estudo Acompanhado no ensino secundário. Que os "professores do secundário estavam encostados à lareira!" (Verdadeiras pérolas!)
Parece-me que não só denota ignorância pelo desconhecimento dos currículos escolares, como uma certa leviandade no tratamento dos seus profissionais.
Não se lembrou também de uma "pequena" falha na utilização do critério do abandono escolar dos alunos para a avaliação dos professores!
Vejamos: o que se fará aos professores com menos tempo de serviço, que ficarão (com grandes probabilidades) colocados em zonas menos concorridas e menos povoadas e em que o abandono escolar (independente, muitas vezes, do esforço e vontade de docentes e alunos) é maior por necessidades económicas? Estudar no nosso país ainda não é ao preço da chuva! (E não me venham com rendimentos per capita e investimentos na educação comparativos com países nórdicos, porque são uma treta e viciados!).
Parece-me que a ministra julga os professores seres supremos capazes de fazer através da escola o que a sociedade toda junta e os seus ministros não conseguem: aniquilar as diferenças sociais, económicas e culturais. Minimizá-las é um esforço que nos cabe a todos. Aniquilá-las é uma utopia.
E mesmo que acreditemos em utopias (que não é mau - as utopias de hoje podem ser a realidade de amanhã), não percebo como é que os professores foram promovidos a Messias!
Já muito faz a escola. Mas a escola está inserida num todo social que não lhe é alheio e passivo.
Já o Sr. Reitor da Universidade de Lisboa diz que se exige demasiado à escola.
De facto, julgo que não cabe à escola a salvação da humanidade. Até porque não o conseguiria, nem que quisesse...
Bem prega "Santo" António (Nóvoa) aos peixes... mas "a terra não se deixa salgar!"

P.S. - Ufa... desabafei!
Está bom assim, João?!
O problema dos assuntos que nos são próximos é este: não nos calamos! ;P

Cura para insónias

A esta hora costumo estar a dormir, isto resultante do facto de me deitar muito tarde...
Ora que melhor remédio para manter-me acordado e restabelecer o sono ao horário normal?
Pois claro, ler umas barbaridades, e assim fiz, fui ao Blasfémias e li este singelo post e sinto-me tentado a responder a algumas perguntas.

"Sendo certo que são os portugueses quem sustenta com os seus impostos o sistema de ensino como é possível que não possam escolher entre entregar essa verba a uma escola pública ou a uma privada?"

A questão é simples, é que os portugueses não se importariam de contribuir para escolas privadas, isto se o paradigma do privado mudasse de forma tão radical ao ponto de já nem podermos chamar-lhe privado. Para isso o privado tinha de adquirir alguns "vícios" do público entre os quais os de podermos eleger os gestores desse mesmo ensino, que o privado fosse economicamente tão acessível como público, que o privado não fizesse a pré-selecção que faz dos seus alunos para depois parecer que são grandes estabelecimentos de ensino quando na realidade limitaram-se a tirar o insucesso das estatísticas....enfim muita coisa.
Mas prefiro até analisar a própria questão em si, a questão está posta de forma perversa, ao ponto de eu ser quase levado a concordar com o facto de se tratar de uma injustiça essa condicionante mas rapidamente se desmonta esta aparente ditadura, que na realidade não é mais que a "ditadura" da solidariedade. Na realidade podemos optar pelo ensino privado, a questão que nos é posta é que tendo de contribuir obrigatoriamente para o ensino público estamos a tirar a liberdade de escolha, porque se as pessoas já contribuem para o ensino público não irão também depois pagar para frequentar o privado (já conheço esta lenga lenga desde os tempos da carochinha).
Então mas afinal como é que ainda não houve uma revolta massiva da população contra esta "ditadura", pois claro que não houve nem vai haver porque a obrigatoriedade de contribuir para o ensino público está associado a um princípio de solidariedade e também a um modelo de gestão público. O princípio de solidariedade está assente no princípio de que se todos contribuirmos para o ensino público, cada contribuição será mais pequena e mais suportável e assim fomentamos um projecto colectivo que permite ter um ensino acessível a todos (isto até ao 12º).
Se eventualmente cada indivíduo pudesse utilizar essa contribuição para escolas privadas deixava de existir o princípio de solidariedade, visto que havia uma dispersão de capital por vários núcleos de gestão dispersos que por sua vez podiam praticar os preços que quisessem e assim claramente marginalizar uma parte da sociedade. Além disso ao não contribuir para o ensino público perdia-se o tal modelo de gestão em que todos contribuimos um pouco para melhorar muito a vida e possibilidades de outros, perdíamos também um modelo de gestão em que elegemos um governo que depois irá gerir o ensino, ou seja perdemos também alguma margem de manobra para participar de forma activa no ensino. Lá está, para isto que eu disse ser falso era preciso mudar o paradigma de privado, a tal ponto de o deixar de ser.

"Mais grave ainda como é possível que nem sequer possam escolher a escola pública que querem?"

Ui agora é que não adormeço mesmo...
Pois é, de facto os alunos estão condicionados à sua área de residência mas isso tem um princípio lógico e economicista com o qual a autora até se deve identificar, esse princípio é o da racionalização, como será perceptível se condicionarmos os alunos a se deslocarem às escolas da sua zona evitaremos mais tráfico automóvel e também que os autocarros (ainda bastante usados por estudantes) façam trajectos mais longos (mais despesa). Ainda há quem na caixa de comentários se condoa com os coitadinhos dospobres que não podem sair da sua zona de residência, apesar de sabermos que esta ânsia por poder escolher escolas fora da área de residência é precisamente para alunos de outras classes que querem fugir das escolas problemáticas. Além disso para sermos sérios devíamos discutir como é possível que exista esta discriminação social ao ponto de criar "ghettos" e depois, sim, falar de forma séria das oportunidades que de facto queremos para os mais marginalizados.
Além disso é ainda mais estupidificante ler estas frases (do comentador e da autora do post) quando lendo a pergunta anterior se sabe que existe um certo incómodo em ser obrigado a contribuir para as escolas públicas e que esses princípio visa principalmente dar essas mesmas oportunidades aos tais "coitadinhos".
Se juntarmos as peças percebemos bem o caminho traçado, repare-se que se quer liberdade para escolher o local de ensino (fugir para longe dos pobres) e que simultaneamente se revela o desejo por poder contribuir para o ensino privado em alternativa ao público (fugir ainda mais dos pobres e deixá-los na merda).

P.S. Agora espero que Joaninhas, Ruizinhos e Pedrinhos (este ao que parece está sem internet) também falem de ensino, é que parece que lhes é matéria afecta...

terça-feira, maio 30, 2006

Notas soltas

Se a chulice está legalizada porque não a prostituição?
Já sabia que a estupidez é infinita mas mesmo assim ainda consigo ser surpreendido.
É preciso dizer mal para mais tarde enrabar.
É o capitalismo, estúpido...

sábado, maio 27, 2006

O "corno" é sempre o último a saber!

Perdoem-me a ordinarice do termo mas só mesmo assim é que consigo analisar a conferência realizada pela dupla Bush/Blair. Como é que se explica que dois FILHOS DA PUTA (mais uma vez peço desculpa pela linguagem mas a indignação tem destas coisas) que já sabiam que iam fazer asneira mesmo antes de invadirem o Iraque, venham agora a público, quais Madalenas arrependidas, admitir que os cometeram? Na verdade, isto serve apenas para masturbar a opinião pública (se tanto) uma vez que na opinião destes dois, tudo o que fizeram está certo (pois se até ganharam e deram tanto a ganhar com isso)! Para além disto, se admitissem verdadeiramente que tinham errado tinham mudado há muito tempo de estratégia. Mas não só não mudaram como vieram agora afirmar que vão manter a mesma (APLAUSOS meninos e meninas)! Enfim, haja paciência!

quinta-feira, maio 25, 2006

Um narciso não é necessariamente um mentiroso

O perfil algo narcisista de Carrilho não nos deve cegar da veracidade de algumas das suas acusações, com certeza que este peca ao fazer algumas acusações sem no entanto ter bases sólidas mas também apresentou factos verídicos em que percebemos de forma bastante óbvia que a comunicação social é hoje uma empresa que nem sempre ganha mais se servir bem os espectadores.
Depois de ter visto o programa de segunda da RTP, Prós e Contras, a questão ficou mais clara, Ricardo Costa tentou sempre enviesar a discussão para outro curso que não o do debate da comunicação social e isso torna-o ainda mais suspeito. Ricardo Costa para mim não é suspeito, já tem cadastro, aparece sempre em alturas bastantes oportunas, é o chefe de cozinha e o cozinhado é sempre o mesmo. Vejamos então porque na minha opinião R. Costa é mais sopeiro que agente de comunicação:

- Os seus programas pecam pela falta de pluralidade, no expresso da meia noite ainda não vi uma discussão económica em que não estivessem neoliberais frente a frente e que por regra, sem expepção, não estivesse ninguém que confrontasse essa visão com uma visão alternativa de economia.

- Quando Paulo Pedroso foi detido, Ricardo Costa dedicou o dia todo a atacar Ferro Rodrigues, transformando algo completamente desligado da actividade política num facto político e tentando tirar assim consequências que mais lhe agradavam, ou seja que o próximo primeiro ministro não fosse de esquerda.

- Durante a discussão no Prós e Contras, Ricardo Costa ignorou por completo críticas cerradas à comunicação social e tentou focar as fragilidades de Carrilho, que são óbvias mas que serviam neste caso apenas para esgotar o debate e dar a entender que a comunicação social não tem poder nem influência nas decisões democráticas.


Tem se falado em falta de qualidade jornalística, a mim parece-me muito mais urgente falar em isenção, Ricardo Costa não é incompetente, é parcial...

quinta-feira, maio 18, 2006

Especulações económicas(2)


Ora depois de abordar a problemática da virtualidade do dinheiro e consequente facilidade de deslocamento, cabe-me também dizer que mesmo quem produz também não está a desempenhar um papel muito social na questão. Isto porque quando o Sócrates fala em investimento e etc está implícita a palavra emprego, mas sejamos um bocadinho menos pategos e pensemos na mentalidade de tais benfeitores e que tipo de empresas é que têm a capacidade de fazer investimentos internacionais. Ora as empresas que têm tal capacidade são precisamente as que crescem a nível interno e assim ganham condições para a sua globalização, ora as empresas que crescem normalmente fazem o quê?
Pois é, reduzem os quadros médios, ficam com pequenos quadros de pessoal altamente qualificado, ou seja as empresas que eventualmente investirem em Portugal fizeram uns despedimentos noutra parte do globo. Portanto o nosso mal tem de ser o dos outros, caso contrário cada vez mais a democracia e justiça social ficam reféns de quem tem poder económico (meios de produção). E podemos até pensar que o caminho passa por ter gente mais qualificada, com certeza que esse é um caminho desejável mas só valerá a pena se regularmos a actividade no sentido de dar garantias aos trabalhadores, sim isso mesmo as malditas garantias que os neoliberais tanto vociferam contra apesar de não dispensarem umas boas acumulações de reformas. Se não assumirmos que os agentes económicos têm um papel de responsabilidade na sociedade, podemos até ter um país com pessoal altamente qualificado que o desemprego continuará. Aliás os próprios empregadores desejam a massificação de pessoal qualificado, isto porque como estamos num esquema capitalista as pessoas (mercadoria) passam a valer menos visto haver muitas em stock, lá está a questão da procura e da oferta, no entanto não esqueçamos que aqui a mercadoria são pessoas, talvez devêssemos andar embalados com o rótulo de frágil, sendo que seríamos também descartáveis...

Se eu disser que uma empresa se rege numa lógica de lucro ninguém se escandaliza, pois não???
Ora, nessa mesma lógica porque raio vem uma empresa investir para Portugal? Pois claro, só vem se o pessoal for mal pago e produtivo q.b., porque raio vai a nike para o Paquistão?
Porque raio é que os países pobres parecem exportar tantos produtos??
Pois claro, um país pobre é uma mina de ouro, baixos salários, produtividade e ausência de direitos laborais, até o capitalista mais estoicista perde a cabeça...
O capitalismo achou uma mina de ouro num regime comunista, isso mesmo a China. A China é um regime comunista no entanto exerce de forma bastante invejável para o capitalismo a devoração de direitos sociais que é tão profícua ao lucro. Se aquilo é esquerda, eu quero ser de direita, porque lutar por ser competitivo a nível internacional através da erosão dos direitos sociais é a derrota da sociedade e é apanágio da direita. A esquerda com que me identifico é aquela que exerce sempre projectos de gestão em que se faz o caminho possível, o mais difícil se preciso, para garantir que toda a actividade humana é feita em prol do ser humano. O fenómeno perverso que se verifica é que a globalização, apesar dos imensos aspectos positivos, permite que empresas sempre que confrontadas com exigências laborais dêem á sola para o próximo país pronto a baixar as calcinhas, com sorte um desses países será o nosso. Assim sendo esperamos de quatro pela empresa que esteja satisfeita com o nível de deterioração dos nossos direitos laborais, para assim poderem exercer o seu projecto lucrativo e podermos aprovar este governo por longos anos sempre agradecidos por haver quem nos tenha obrigado a ser enrabados, sabendo que no fundo era para o nosso bem, porque sabemos que todo o projecto democrático é conjuntural e joga-se a democracia com os ciclos económicos e não com a garantia de que alguma possamos ter um projecto económico-social acíclico e justo.
Parece-me que a solução deste fenómeno perverso da globalização está também na própria globalização, globalizemos os direitos sociais e sejamos consumidores atentos e críticos...que democracia chegue ao mercado de trabalho.

Especulações económicas


Visto que o discurso mediático sobre retomas e investimentos peca por estupidificante, convém mais do que tudo pensar na base do trânsito comercial.
Será que vale a pena regozijar-me com os investimentos socratistas sem perceber sequer o que quero para a economia ou, mais importante, a minha concepção de economia? Sendo assim começo por partilhar a minha concepção de economia: produto humano baseado na necessidade de satisfazer as necessidades e até caprichos humanos, troca de serviços, aquisição de produtos. Ora aqui entra o sistema monetário, como será fácil compreender a troca directa de produtos e serviços não satisfaz completamente as necessidades do ser humano, se eu prestar um serviço a um cangalheiro provavelmente não estou a contar que este me preste um serviço logo de seguida em troca. Assim sendo era preciso um intermediário, o dinheiro, um sistema numérico que permitisse uma avaliação do nosso serviço/produto e que permitisse que pudéssemos com a avaliação desse sistema numérico requerer outros serviços/produtos, também sujeitos à avaliação numérica, à nossa escolha.
Talvez se pensarmos no dinheiro como um sistema de avaliação e fizermos o paralelo entre essa avaliação e a escolar comecemos por perceber a origem de muitos problemas, pois é a avaliação nunca vai ser rigorosa a 100% e principalmente nunca é tão rigorosa como dizem ser os avaliadores. Assim sendo debruço-me sobre a avaliação dos serviços, é verdade que segundo a economia os serviços ou bens com mais procura serão aqueles que serão mais valorizados. No entanto pergunto-vos que cidade dispensaria os serviços de limpeza de ruas e quanto auferem os que prestam esse serviço...pois é, se calhar não é assim tão simples. Existe uma cumplicidade, é certo, entre procura e "prestígio". Sim "prestígio", na medida em que a visão e importância que a sociedade dá a um certo sector é vital para o salário que estes mesmos auferem, no entanto a relevância que é dada a apenas certas profissões e não a outras é um mecanismo de pouco rigor e baseia-se nesse mesmo aspecto pouco sólido...o "prestígio". Além disso as profissões mais bem pagas não estão propriamente ligadas à sua imprescindibilidade, estão sim ligadas à avaliação que os próprios avaliadores exercem sobre si...a banca torna isto bastante mais palpável e fácil de perceber. Ou seja além de a avaliação ser um processo inerentemente dúbio, existe o agravante de quando se dá o caso dos avaliadores se avaliarem a si mesmos. Agora, porque raios existem pessoas que têm o privilégio de se avaliar a si mesmas? Pois claro, são geralmente os proprietários, os donos dos meios de produção (até pode ser produção de serviços). Ou seja um dos problemas inerentes e que requer atenção é este da avaliação dos serviços, mas ninguém está para pôr isso em causa...pois não? Bem me parecia que não, já tendo o canudo ou vida feita para quê confrontarmo-nos com o desconforto da justiça.

Além desta problemática do dinheiro como sistema de avaliação surge uma mais recente e ligada às imensas possibilidades do dinheiro e a sua virtualidade, se formos ao âmago da questão o dinheiro é hoje maioritariamente electricidade, ou seja as contas bancárias são números visíveis em monitores, alojados em discos, "lidos" na forma de bits, bits que são tensões geradas pelo nosso sistema eléctrico...
A dimensão embora física, mas pouco palpável do dinheiro está a transformar a economia em jogos de números. Hoje em dia a grande actividade económica é feita à volta de pessoas que especulam sobre negócios e sobre quem de facto produz algo, pensemos na OPA do Belmiro "cash já", a grande actividade económica que houve não foi a aquisição de uma empresa por parte de outra ou um avolumar de negócios, foi sim a especulação de investidores e accionistas através da compra e venda de acções. Ou seja isto deita por terra as palavras que os nossos beneméritos neoliberais de fé inabalável introduziram no lexical da vox populi. Essas palavrinhas que caem em saco roto são por exemplo: empreendedorismo e produtividade. Ora caem em saco roto porque o "padre fala-nos da virtude da hóstia enquanto se delicia com uma "vichisoise", ou seja dizem os empresários para putativos concorrentes que a solução é empreendedorismo e produtividade, quando em simultâneo diminuem quadros de trabalhadores, entram em jogos de especulação e fazem jogadas sempre com o intuito de ter o Estado a segurar para o caso de dar barraca.
Não é que a produtividade não seja um bem, algo de valor no mundo das empresas, o problema é que o grande volume de negócios e os aliados a maiores maquias de dinheiro estão precisamente associados a fluxo de dinheiro que não estão associados a compra/pagamentos de serviços/bens.
Então como podemos manter este discurso mediático estando em simultâneo a jogar num mundo que sabemos ser completamente diferente? Pois por isso mesmo que eu digo que o discurso mediático é estupidificante…
(continuará, quando eu arranjar mais tempo :-P)

domingo, maio 14, 2006

E o mais inteligente cala-se...

Acerca da "polémica" (se é que podemos conferir algum tipo de importância a tal situação) sobre a convocatória dos jogadores para a selecção sub-21, Agostinho Oliveira disse (depois de ter afirmado publicamente que o plantel dele dependia da escolha do treinador da Selecção A) que já a mãezinha dele costumava dizer que numa discussão o mais inteligente cala-se.
E foi realmente o que aconteceu.
O treinador proferiu tal frase como resposta aos comentários (perfeitamente prepotentes e provincianos) das outras duas antas do panorama futebolístico.
Então aquele Madail até mete nojo!
Deve ser de família... :D
Os dois burros (sem ofensa para o animal) falaram, o inteligente calou-se!

P.S. - Vou torcer por Angola!

sexta-feira, maio 12, 2006

sábado, maio 06, 2006

Reflexoes de um sabado a tarde

Antes de apontarem que ando a precisar de rever a ortografia, leiam ESTE artigo de opinião. Eu já li e só me apetece citar o realizador francês Claude Chabrol: "A estupidez é infinitamente mais fascinante do que a inteligência. A inteligência tem limites, a estupidez não." Para aqueles que não têm tempo ou paciência para o fazer apresento-vos a leitura que fiz.
Em primeiro lugar começo por referir que o artigo foi escrito há cerca de duas semanas pelo Editor de Novas tecnologias da SIC Lourenço Medeiros (LM). O pobre moço principia o seu desabafo ao afirmar que: "acentos (...) deixam o meu teclado circunspecto". Ora, excluindo a possibilidade de o teclado que ele usa ter personalidade própria, estamos perante uma hipálage. Parece-me óbvio, que quando elaboramos um texto para ser lido tenhamos que ter algum cuidado, mas pelo que li, colocar "tracinhos irritantes" nas palavras frita-lhe os neurónios.
Em segundo, LM confessa-se surpreendido pela facilidade com que qualquer americano toma notas no seu computador sem olhar para o teclado. (É impressão minha ou há para aí uns quantos portugueses que também o fazem sem qualquer esforço?) Continuando a comparação com a terra do tio Sam, LM faz referência ao pesadelo em que vivem as crianças portuguesas por serem "obrigadas a perder horas infindáveis a entender regras e excepções da acentuação, quando podiam ocupar o tempo a descobrir outras coisas. O prazer da literatura por exemplo." (Mas para descobrirem o prazer da literatura, as crianças não terão primeiro de perceber aquilo que lêem?)
Avançando um pouco mais, percebemos que LM acredita que "tais sinaizinhos" só fazem perder tempo a quem quer entregar um trabalho, ou então desperdiçar dinheiro nos escritórios à conta dos acentos. Isto no país onde em qualquer cartaz afixado, menu de restaurante e até mesmo nas barras de informação dos canais televisivos podemos encontrar erros graves que deturpam a compreensão do texto devido à acentuação (ou falta dela)!
Levando a argumentação para o terreno que melhor conhece, LM atinge o clímax da sua exposição ao lamentar que os acentos "são o suficiente para baralhar qualquer motor de busca que se preze." (Devo acrescentar que utilizei o Google para pesquisar vários termos com acentos e sem acentos e os resultados foram INVARIAVELMENTE os mesmos!) De seguida, são-nos apresentados os problemas que "o pobre do software tem que tentar distinguir pelo contexto se "cágado" se refere ao animalzinho ou não. Para quem não saiba, o software, por muito útil que seja, tende a ter dificuldades destas." E as crianças que não conhecem nenhuma das palavras não terão a mesma dificuldade em distingui-las se não usarem os acentos? Faz-me lembrar o exemplo dado por Miguel Esteves Cardoso aquando da discussão do acordo ortográfico: "Tens cagado em casa?"
Por fim, LM faz uma breve referência à escrita de sms dizendo que nem vale a pena falar disso pois "os mais novos estão a encarregar-se de tratar do problema sozinhos, por muito que isso possa prejudicar as suas notas nas aulas de português." Se querem a minha sincera opinião como professor de português, nas sms faz sentido que se utilize o menor número possível de caracteres mas LM vê isso como uma vitória da tecnologia nem que os efeitos colaterais sejam desempenhos pouco satisfatórios na disciplina de Língua Portuguesa (e já agora nas outras também, pois os alunos são obrigados a exprimir-se na sua língua materna). É que para se subverter as regras temos em primeiro que as dominar.
Mas LM conclui: "Um grande salto tecnológico, que nunca teremos a coragem colectiva de assumir, era acabar de uma vez com a coisa." Admito que este post teria sido escrito mais rapidamente sem acentos e cedilhas mas em vez de um "salto tecnológico" eu teria feito um assalto linguístico que prejudicaria a sua compreensão.

P.S. - "Oh Lourenco, em substituicao da pica nao preferes uma entrada USB?"

O'Neill reformulado

ESDIREITA

À direita da maioria de centro-direita a minoria
de direita espia a maioria
da maioria de centro-direita
pronta a somar-se a ela
para a minimizar
numa extremista direita
mas a esquerda esquerda nada pode fazer.
Está à espreita
de uma oportunidade, a democrática,
para objectivamente poder
exercer os seus projectos políticos.

Entretanto
extra-parlamentar (muito)
o Poder Popular
vai se reavivar, quando os porcos voarem...

Das cúpulas (da-se) nem vale a pena
falar, que hão-de
sentar...impávidos.

Quanto à maioria da esquerda
ficará-pode ficar- para caçadores de gambozinos.



Em forma de bitaite:
À direita do PS, o PSD espia o PS prontos a criar consenso alargado para esgotar a alternativa política na direita e fazer o PS "apanhar o sabonete" em altura eleitoral. Mas o Bloco, PCP e Verdes nada podem fazer. Estão à espera da legitimação democrática para que os seus projectos-lei em vez de serem chumbados sejam políticas governamentais.

No entanto o povo está "extremamente atento" à actividade parlamentar e política, vai-se mobilizar assim que perceber que já é tarde demais para "não apanhar o sabonete".

Da redoma dos partidos, tudo na mesma, felizes, cumprindo as suas vidas na dualidade de político-aprova-projecto-privado-do-qual-vai-ter-um-bom-tacho-dado-
que-os-seus-estudos-em-astrologia-são-extremamente-úteis-para-
gerir-uma-mutlinacional-de-energia-eléctrica (não é dirigida a ninguém em especial).

Quanto ao povo de esquerda, aqueles que estão no espectro do PCP, Bloco, Verdes, Partido Humanista (....) e socialistas sonhadores do PS, sobre essa maioria da minoria que falem os tolos (eu).

Consumindo

Procuro algo que me afaste da realidade, procuro algo de rápido consumo, quero ser feliz, quero ser inconsequente sem que isso me tome os pensamentos. Quero ver a beleza que os outros não vêm, quero que a morte seja arredada dos meus pensamentos, posso vê-la mas transfigurada, quero ser nada e assim ser mais que os outros. Quero conceber na minha realidade a perfeição irreal, quero ser capaz de pensar que não erro...



...dizem-me para consumir heroína mas prefiro dirigir-me à igreja mais próxima e consumir os dogmas que o padre tem para me dar.


sexta-feira, maio 05, 2006

Afinal...

...as paredes ainda são mais duras que as cabeças! Ou pelo menos assim parece, pois Dick Cheney afirmou hoje que "se devem usar todos os meios diplomáticos para solucionar o problema iraniano" (É para admirar!) e que "os Estados Unidos estão a trabalhar para encontrar uma solução para o problema que nos permita evitar a confrontação" (este já é mais o Cheney que conhecemos). Depois de vários meses em que pela blogosfera fora se fizeram apostas para ver quem seria o próximo país a ser invadido pelos E.U.A. eis que começam a aparecer os primeiros sinais de cansaço. É que fazer duas guerras ao mesmo tempo sai caro e as grandes companhias devem estar a ficar fartas de investir e não receber grande coisa em troca. Por isso, até o Afeganistão e o Iraque estarem completamente "americanizados" talvez possamos respirar um pouco mais desafogadamente... Mas não desesperem! se as vias diplomáticas falharem lá terão eles que arranjar mais uns biliões para invadir o Irão!

Dedicado a si, caríssimo João

Visto que ficaste um bocado tristinho de não te ter dedicado em exclusivo um poema, venho por este meio redimir-me e dedicar-te um poema de Alexandre O'Neill, incluido no recém-editado volume que reúne alguns poemas dispersos do poeta, escritos durante a década de 70.

Portanto, dedico-te este poema, João Dias, com o carinho e estima que mereces (sua estrelita encarnada!), apesar de me teres feito saber que não jogas "na equipa adversária"...

ESQUERDIREITA

À esquerda da minoria da direita a maioria
do centro espia a minoria
da maioria de esquerda
pronta a somar-se a ela
para a minimizar
numa centrista maioria
mas a esquerda esquerda não deixa.
Está à espreita
de uma direita, a extrema,
que objectivamente é aliadada
da extrema-esquerda.

Entretanto
extra-parlamentar (quase)
o Poder Popular
vai-se reactivar, se…

Das cúpulas (pfff!) nem vale a pena
falar, que hão-de
pular!

Quanto à maioria da esquerda
ficará – se ficar – para outro poema.

Alexandre O'Neill

quinta-feira, maio 04, 2006

Pois, mas agora estou no poleiro

Depois de me ter admirado com as severas críticas de Diogo Freitas do Amaral à administração norte americana eis que o mesmo tem revelado agora no poleiro a sua identidade mais real, a identidade PP. O MNE estrangeiros sofre de uma certa bipolaridade, coitado, existe um Freitas crítico e defensor dos direitos humanos e existe o Freitas MNE.
Assumindo uma posição meramente seguidista, estamos perante um "espera a ver qual é a decisão do manda chuva que nós vamos atrás", assim sendo a ofensiva norte americana tem sempre seguidores porque vamos ter sempre políticos pequenos. É no entanto interessante verificar que perante esta situação o MNE adopte uma posição semelhante de estupidificação da questão, na altura da intervenção no Iraque Durão dizia que prefiria estar do lado dos americanos do que lado dos iraquianos, agora Freitas diz que "PS prefere ser 'sósia' de Bush a 'sócio' do Irão". Só pela maneira estupidificante como é posta a questão dá para ver o calibre da personagem, mas é natural porque normalmente Freitas parece mais inteligente quando critica a direita, mas à esquerda não vai lá só com bitaites...

Deixo no entanto aqui o parte bitaite de Ana Drago na Assembleia:

"O argumentário da nova cruzada em preparação é, tal como no passado, simples e de senso comum: Não podemos permitir que um país marcado pela institucionalização de um regime autoritário, desrespeitador dos direitos humanos e descrente da democracia venha a dispor de armamento nuclear.

É um argumento válido, e merece a nossa reflexão.

Mas tropeça nas evidências do mundo: infelizmente, neste domínio, o Irão não está sozinho. Pelo contrário.

Coreia do Norte, China, Paquistão – todos estes países estão um passo à frente – já têm armamento nuclear: E não são, concordaremos certamente, merecedores da designação de democracias.

Ora, é a estranheza de ver George W. Bush receber na Casa Branca o General Pervez Musharraf, ditador do Paquistão, ao mesmo tempo que arruma o Irão no já famoso eixo do mal – é esta estranheza, a estranheza da duplicidade da administração americana que deve guiar a nossa reflexão sobre a escala belicista em torno do Irão.

E são várias as inquietações, as estranhezas deste debate:
A primeira inquietação é perceber o Tratado Não-Proliferação de Armas Nucleares prevê, permite, e quase incentiva os Estados sem armamento nuclear a desenvolver programas nucleares civis.

Diz o Tratado, no seu artigo 4º: “Nada neste Tratado deve ser interpretado como afectando o direito inalienável de todos os seus subscritores a desenvolver pesquisa, produção e uso de energia nuclear para fins pacíficos”.

Daqui se conclui que o Tratado prevê, e autoriza a pôr em prática o processo de enriquecimento de urânio, nos exactos termos que têm sido apontados ao Irão.

Ao ignorar as próprias regras do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, o Conselho de Segurança das Nações Unidas – ironicamente constituído exclusivamente por potências nucleares – fere de morte um instrumento já de si tão debilitado, pela sua não subscrição por potências atómicas como Israel, a Índia e o Paquistão.

A segunda inquietação surge-nos quando de vermos repetida a lógica kafkiana das inspecções da Agência Internacional de Energia Atómica. Se o que se sabe não serve de prova, exige-se a prova do que não se sabe. O Irão deve provar que não tem um programa militar atómico oculto.

O direito internacional não pode ser uma charada absurda, de inversão do ónus da prova. E depois de três anos de fiscalizações intensivas, é a própria AIEA quem assegura que não há no Irão recursos ou materiais nucleares declarados que tenham sido usados no desenvolvimento de um programa de armamento nuclear.

Ora, uma vez que não há prova tangível, a acusação trabalha no domínio das intenções. Aqui está o argumento contra o Irão: a intenção de num futuro próximo, usando os exactos processos que o Tratado permite, o Irão venha a fazer o que o Tratado proíbe.

A terceira inquietação é aquela que nos faz perguntar até que ponto as ameaças explícitas da Administração norte-americana nos últimos três anos ao regime iraniano acicataram o apetite do Irão por armamento nuclear.
Inscrito no Eixo do Mal por George W. Bush em 2003, o Irão pode ter chegado à conclusão, a que muitos outros já chegaram, que a bomba nuclear é hoje a melhor garantia, a melhor protecção contra os apetites imperiais da administração fundamentalista que lidera os EUA. "

quarta-feira, maio 03, 2006

Cangalheiro de serviço

É com muita pena que no mesmo dia assinalo o falecimento de dois blogues, o blogue do Dito Cujo e do Golfinho.
Com discursos semelhantes atiram-se na vertigem da morte cibernaútica com um epitáfio que convida ao suicídio colectivo. No entanto compreendo que não tenham mais vontade de escrever e nem que eu não compreendesse não tenho voto na matéria, também eu hei-de me cansar disto. Morrem dois blogues e uma aveirense de 42 anos como referencia o Dito Cujo, simbólico...



terça-feira, maio 02, 2006

Chegada acolhedora

Bem, antes de mais queria agradecer as boas vindas por parte dos senhores blogueiros (menos ao meu irmão - sim, porque tu para mim não és patrão!). Obrigada Golfinho, Pedro Corga, Pedro Silva e Roteia.
Gostaria de começar por dizer que não vou acrescentar nada de positivo ao blogue, muito pelo contrário. Se ele já estava "à beira do abismo agora vai dar um passo em frente!" (Isto não é falsa modéstia, mas sim a pura verdade!), sobretudo pelo facto de, ao contrário do que escrevi no meu profile, não ser muito inteligente...
... sou brilhante! (hoje em dia fica bem ser arrogante: se não vejamos os exemplos do Sir Mourinho e da Dra. Filomena Mónica). Claro, podem sempre me dizer: "Mas eles têm motivos e tu não!" A verdade é que o estilo está lá e eu não gosto!
Realçado este aspecto, cumpre-me dizer que o néscio do João Dias confunde "pragmatismos" com "ideologias" ao afirmar que eu sou uma socratista encornada. Em primeiro lugar já devo estar a sofrer pelo facto de ser mulher, pois parece-me que nunca foi feita uma referência tão directa ao acto pessoal e secreto de votar (há que relevar o facto do autor deste blogue ser de E. Mecânica e o seu reportório lexical não ser propriamente muito rico, daí o desconhecimento do significado destes dois adjectivos). Eu perdoo-te, João!
Em relação ao insulto (acima referido), devo dizer que ainda que não deva explicações, apetece-me esclarecer aqueles que merecem o meu respeito (tu não, João! Já te conheço há muito tempo para nutrir tal sentimento por ti). Não se pode chamar socratista a uma pessoa que, observando um panorama político pouco feliz, decide (apesar do seu candidato ideológico - e até sentimental, porque não? - ser outro) votar de forma útil (que pelos vistos não foi assim tanto).
Enfim, quanto ao "encornada" aceito e aprendi a lição.
Abraços.

P.S.- Trabalhar em família é lixado! ;)

Razões para ainda ver futebol

segunda-feira, maio 01, 2006

25% de "paridade"



Perante a aprovação da lei da paridade vi-me obrigado a incluir um membro com nome suspeito, a suspeição do nome provem do facto de se tratar da minha irmã.
Sinceramente não sei que tipo de perfil vai ser adoptado pela mesma, mas se os genes tiverem peso é com certeza uma bitaiteira demagógica q.b. e a julgar pela minha experiência pessoal também será extremamente chata.
Além disso deve ter imenso para nos contar visto que é uma professora desempregada, é bem feito sua Socratista encornada...há quem não veja um boi à frente dos olhos.
Mas deixemo-nos de paneleirices, agora cabe à mesma apresentar-se e fica aqui uma foto da minorca.


P.S. Não gostas da foto porque estás com cara de parva? Não fizesses cara de parva...