terça-feira, fevereiro 28, 2006

A sério??Não pode...

Parece que o vídeo difundido pela Al Jazeera na altura das eleições Norte Americanas, em que Bin Laden ameaçava a segurança dos Estados Unidos da América deu um empurrãozito para a reeleição de Bush. Muita gente deve estar estupefacta com estas revelações, tal é o teor surpreendente, estou certo que não ocorreu a ninguém tal coisa.
Talvez seja interessante porque o próprio Bush confirma a importância desse vídeo.

As mortes da indiferença

A vida parece ser um valor de extrema importância, é quase consensual esse direito. No entanto existe uma valorização da vida, há vidas mais importantes que outras. É bastante óbvio e não merece contestação que a vida de um Inglês, Espanhol ou Norte Americano é bem mais importante que a de um Iraquiano por exemplo. Só isso parece justificar a indiferença com que se lida com os atentados constantes no Iraque e o pesar que se perpetua até aos dias de hoje pelos atentados em Nova Iorque, Madrid, Londres e no Bali porque tem muitos turistas ocidentais.
A vida parece ser um valor absoluto, mas esse valor absoluto só se aplica a certas vidas, não fico indiferente perante a xenofobia da indiferença. A hipocrisia daqueles que baseiam a suas políticas num discurso anti-terrorista mas que na prática o promovem sabem perfeitamente da existência desta indiferença, e neste sectarismo reside a perpetuação do terror como combate ao terror.

A direita na oposição



Se por cá a direita anda desnorteada na oposição, porque está siderada com a capacidade do PS em implementar políticas de direita, em Espanha a direita está mesmo siderada com a capacidade do governo, este sim, de esquerda de José Luis Zapatero.
Trata-se de abrir portas para a negociação com a ETA com a condição de renunciar à luta armada.
Perante estes positivos avanços a direita não sabia muito bem o que fazer, mas o PP de Mariano Rajoy decidiu organizar uma manifestação inglória. Uma manifestação fanática que pouco apela à paz e prefere a manutenção do conflito à negociação. No entanto em entrevista à RTP1, a jornalista pôs questões interessantes ao líder do PP, esta terá perguntado de que forma este se opunha às negociações, ao qual ele terá retorquido que antes devia ser renunciada a luta armada, de seguida a jornalista perguntou se essa condição não estava prevista na base de negociação.
Pois é, é que está mesmo prevista a renúncia à luta armada. O problema é que se Zapatero conseguir fazer vigorar a diplomacia e conseguir que a ETA seja um movimento político desarmado, o PP sabe que isso é de extrema importância e será considerado mais um feito deste governo. Perante essa dolorosa realidade a oposição reagiu da maneira irresponsável e demagógica que se .

O jogo que dá a volta à cabeça dos miúdos

Unreal Tournament de seu nome parece ser um jogo de computador bastante apetecível de ser jogado on-line, do que sei o jogo consiste basicamente em matar os outros. Este miúdo alemão até já tem as síndromas de pós guerra, deve ser de um realismo atroz este jogo virtual de violência.

P.S Para ser sincero acho que o miúdo é um bom actor, mas isso não me impediu de dar umas gargalhadas, se calhar até sou o único que se decide rir com isto?

O violão do Egberto Gismonti


Uma das minhas paixões musicais é ouvir guitarra clássica, se falamos da guitarra clássica falamos no Brasil de violão. E neste caso é mesmo um "violão" é que a guitarra que se potencia nos dedos de Egberto Gismonti tem 10 cordas. Na realidade Gismonti não é somente guitarrista é compositor e multiinstrumentista, mas os seus trabalhos destacam principalmente o piano e o violão.
Mas palavras para quê...vamos mas é ouvi-lo.

Música "Alegrinho" do seu trabalho intitulado "Dança dos escravos"

segunda-feira, fevereiro 27, 2006

As insuficiências do Positivismo

Depois de argumentações em prol do relativismo (moderado) era inevitável que fosse "bater de caras" a mais assuntos.
Um dos assuntos é a visão de ciência de Boaventura Sousa Santos, este por exemplo é anti-positivista. O positivismo defende que a ciência se constrói obrigatoriamente através da verificação experimental, no entanto a realidade tem nos mostrado que isso nem sempre é possível, ou seja a verificação experimental usa-se mas pode não ser suficiente por si só, pode não servir ou pode servir como complemento.


"Positivismo é visão de que o inquérito científico sério não deveria procurar causas últimas que derivem de alguma fonte externa mas sim confinar-se ao estudo de relações existentes entre factos que são directamente acessíveis pela observação."

Isto também porque leio este estudo e parece-me pouco consequente. É certo que este estudo serve apenas de uma introdução a outros estudos mas parece-me que às hipóteses equacionadas se podiam acrescentar muitas dada a insuficiência do estudo. Este estudo pode facilmente induzir em erro porque analisa um caso específico de nascer prematuramente e depois tece considerações baseadas num inquérito feito aos próprios jovens entre os 18 e 19 anos. Não analisa tudo o que diz respeito aos jovens, pega nos que nasceram prematuramente e tenta perceber se estes sofrem de distúrbios em relação aos outros, diga-se que é um estudo inquinado na medida em que é feito já com uma solução em mente (muitos são assim é certo). Antes de mais as crianças que nascem prematuras pode ser por maus hábitos da progenitora, daí podemos influir alguma irresponsabilidade da progenitora, daí podemos inferir a influência de tal progenitora na criança. Só daqui eu podia já começar a acrescentar hipóteses.
Mais, esta investigação é até uma corroboração da visão de que o positivismo não é suficiente por si, porque este estudo pretende lançar a discussão, analisar probabilidades e conjecturar hipóteses, não é conclusivo. Isto porque a mera observação não permite tirar dados conclusivos, a quando da conclusão de um estudo mais aprofundado pode-se até chegar a soluções não ponderadas.

Como eu adoro o Carnaval...cof cof cof


As imagens chegadas do Brasil de muita folia esbatem na couraça da minha indiferença. Não tenho nada contra a felicidade alheia, mas aquelas imagens repetitivas de dança...não me "esquentam" muito. É impressão minha ou a dança é sempre a mesma? Complicada para os quadris mais hirtos e estáticos, mas pouco variada...digo eu.
O Carnaval brasileiro tem muita sensualidade (alguma coisa havia de ser ressalvada) mas isso parece espelhar que no Brasil existe muito turismo sexual.
Os putos é que se deliciam, como se não tivessem já imaginação para ver o mundo de pernas para o ar, ainda sentem a necessidade de se vestirem de forma pitoresca, por sua vez os adultos mudam completamente. Vejo homens vestidos de mulheres nesta terra de brandos costumes, pelo menos é um sinal que já não existem tantos tabus.
Registo com pesar que o mestre do Carnaval português não nos brindou com o desfile habitual, é que a boçalidade no Carnaval tem a sua piada.

Pensamento do dia...aliás da noite

Ao que parece já conseguimos viver com paradoxos.
A negação do relativismo absoluto é baseada no paradoxo deste se contradizer a si mesmo. Parece que temos mais qualquer coisa em que pensar. Eu cá até gosto de pensar...mesmo que isso não me leve a lado algum.

sábado, fevereiro 25, 2006

O que eu gostaria dizer sobre Relativismo


(Vêem nesta figura uma jovem mulher ou uma idosa senhora?)

Obviamente não vou conseguir dizer tudo, mas ficam aqui alguns dos meus pensamentos sbre esta corrente e a forma como actualmente se lida com ela.

Mais uma vez começo por fazer a distinção entre relativismo absoluto e moderado.
O relativismo absoluto não o "defendo", a nosso quotidiano exige respostas que se sobreponham a outras, não quer dizer que sejam as melhores, mas muitas vezes só podemos lidar com uma. Ou seja a negação do relativismo absoluto é feita na medida de uma necessidade, não quer dizer que ao fazermos escolhas estamos a ser correctos ou a aproximar-nos mais da realidade, trata-se de uma limitação à qual cedemos em prol de uma vida incoerente mas vivível. Por exemplo: vou comprar um computador, só tenho dinheiro para comprar um, poderei, analisando vários factores, argumentar no sentido da compra de dois tipos diferentes. Mas mesmo que eu não faça a melhor escolha vou ter de optar, e é essa sobreposição que precisamos.
No entanto o relativismo moderado é uma corrente possível e até desejável. Atente-se na construção do conhecimento, ele é feito de descobertas e negações de descobertas, foi porque se aceitaram opiniões divergentes que na altura eram inaceitáveis que temos as "evidências" de hoje.

O relativismo é fundamental no sentido da evolução, se não pensarmos que o conhecimento que temos é relativo a nós, ou seja a realidade não é uma evidência do essencialismo nem tão pouco facilmente percepcionável pelos nossos sentidos. O conhecimento é uma aproximação àquilo que será a realidade, veja-se que os próprios cientistas têm noção disso, o conhecimento é a forma possível de compreendermos o mundo, não é uma forma necessariamente errada ou certa, é uma aproximação que no nosso quotidiano nos têm sido útil. Mas não poderemos nós viver num mundo sem certezas absolutas? Assombra assim tantas almas a dúvida? Auto questionar tudo o que sabem é contraproducente?

"Introduzo" o conceito de verdades parciais, este conceito sempre existiu por força da evolução na nossa sociedade. As verdades parciais são os pressupostos com os quais nós argumentamos hoje, amanhã e eventualmente daqui a um ano, mas se hoje argumentamos com base nesse pressuposto ele pode vir a ser racionalmente negado amanhã. Ou seja sem termos certezas absolutas e dogmas podemos argumentar e discutir, simplesmente não podemos aceitar a infalibilidade dos pressupostos, caso contrário corremos o risco de simplesmente estagnar ou eventualmente não descobrir soluções mais próximas da realidade
Basta ver que a as leis, pilar das nossas democracias, não são estáticas e se não são estáticas é porque evoluem e porque houve a necessidade de rever pressupostos. Como poderíamos defender o casamento para casais homossexuais sem exigir a evolução na nossa lei? Não estamos nós a negar uma velha evidência de que o casamento e direitos civis associados são só para casais heterossexuais? Estamos, pois claro.

Seja para manter os postulados ou alterá-los é vital termos a capacidade de nos auto questionarmos, relativizar é principalmente termos a noção de que somos limitados sem no entanto sermos capazes de quantificar essa limitação. Se tivéssemos a real noção de quão limitado somos, era porque na verdade não o éramos...

Na refutação ao relativismo não me tem passado indiferente que muitos dos mais célebres (não todos claro) estão ligados de forma consistente e corporativa à religião. Não me é indiferente que as motivações que alguns têm nesta refutação seja a de abrir caminho para os dogmas, as verdades reveladas e inquestionáveis.
A refutação geralmente recorre aos paradoxos e com certeza que tem paradoxos mas se pensarmos bem em tudo, conseguimos encontrar paradoxos em quase tudo (para não dizer em tudo mesmo). Os paradoxos deixaram de ser uma questão de análise interessante para ser arma de arremesso ideológico, a diferença está que o relativismo aceita os seus paradoxos e procura analisa-los mesmo que essa seja tarefa ingrata e de resolução aparentemente impossível. O que acontece é que os demais preferiram fazer tábua rasa dessas mesmas inconsistências, elas não se vão embora, elas estão lá para assombrar as nossas mentes, simplesmente preferimos viver na ignorância de ignorar a sua existência.
Para perceberem como os paradoxos nos assolam no dia-a-dia aqui ficam alguns exemplos:
"Tens de ser espontâneo."
"Serei intolerante para com os intolerantes."
"Ser feliz sem ignorar um sequer instante os infelizes."

Mais direi sobre este tema...

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

E que tal subir ainda mais o nível.

Antes de analisar e discordar em grande parte deste texto, queria dizer uma coisa importante, mas muito importante mesmo. De nada nos serve ler os livros que nos iniciam e prolongam na viagem pelo mundo da filosofia se não formos capazes de materializar essa leitura. Incorporar o que lemos de forma límpida e translúcida naquilo que pensamos. O que eu quero dizer com isto é que a leitura será pouco benéfica se depois o leitor não regurgitar essas palavras já com a sua essência (do leitor).
Este conceito estrito do saber literário é (tal como o relativismo...eheheh) contraproducente para a evolução, porque a ideia de que para termos opinião temos obrigatoriamente de nos basear na de outros já aceites é até paradoxal (principalmente no campo da filosofia) tendo em conta os pioneiros do conhecimento.

Bem, mas analisando o relativismo esse mal que assola as mentes dos Tugas e outros demais.
Também eu concordo com o caro CMF, devemos saltar para o próximo nível nesta encruzilhada de ofendidos e ofensivos, mas eu acho o salto que este deu muito curtinho, aliás nem saiu do chão. Eu queria dar o salto para a racionalidade de estar bem consigo mesmo, porque raio temos de enfatizar um pretensa superioridade da nossa civilização, essa necessidade de superiorização é uma manifestação de inferioridade. É que sentimo-nos tão inferiores que tivemos de dizer em alto som que somos superiores, superiores em quê? A superioridade de civilizações é uma visão estupidificante, porque a superioridade de uma civilização é já uma injusta generalização duma sociedade. Mas que raio, então eu que vivo numa sociedade tenho de ir por arrasto com os ditames dessa sociedade, nesta sociedade "superior" não posso usar a minha liberdade para me desprender do statuos quo?
Numa altura em que agredimos comunidades do mundo Árabe vamos reclamar para nós (também agressores) a superioridade? Será que foi essa mesma superioridade que nos conduziu ao ataque? Pois é, também estou a fazer uma generalização injusta da nossa sociedade, mas para essa generalização injusta já haverá boas alminhas ocidentais aos magotes para me corrigirem nesse aspecto.

Então relativismo impede a autocrítica...e o meu caro anti-relativista não foi capaz de ter o sentido de autocrítica em relação ao nosso querido Ocidente. Diz que existe debate e livre pensamento, agora suba de nível e incorpore essas conquistas nos debates televisivos das televisões (salvo raras excepções), o que é feito em nome da liberdade económica, o que é feito em nome da religião, que separação existe mesmo entre Estado-Igreja (não são raras excepções)...parece-me muito pouco autocrítico, mesmo na minha visão de relativista.
Generalizou qualidades do Ocidente de uma forma tão superficial que se for necessário eu refuto uma por uma. Porque a sociedade da liberdade também não é, se quisermos ser rigorosos...e não me comprazo com isto obviamente.

Esses revisionismos históricos para corroborar um choque de civilizações são de extremo humor, porque se por um lado reclama para o Ocidente a capacidade de evoluir e "predisposição para o aperfeiçoamento", na altura de corroborar a sua visão não se inibe em recuar em termos evolutivos (sim evolutivos, democracia, sabedoria, diplomacia...) para os tempos da Antiga Grécia (uma grande civilização é certo, mas não deixa de ser um recuo evolutivo).
Além disso o meu caro faz tábua rasa da intelectualidade dos que se opõe à sua visão, estar contra este choque de civilizações não é menosprezar as conquistas da nossa sociedade é até guardá-las com grande prazer. Só que uma das conquistas que eu mais prezava era a paz, o meu caro também preza essa tanta como eu? O choque que têm de haver é diplomático é no campo da argumentação, não é esta "superioridade agressiva" dos nossos tempos.


"...“sousassantistas” contra a ciência; a ideia de estado-nação, que parece dar credibilidade a qualquer reivindicação de meia dúzia de pessoas cuja especificidade cultural ou étnica pode ser a troca de uma letra por outra, continua em alta; e o transpersonalismo resiste às tentativas de liberalizar definitivamente as nossas democracias.."

Este tipo de argumentação de que os outros são contra é muito pouco relevante para quem quer debates sérios, eu podia desatar aqui a dizer que os outros com os quais não concordo estão contra não sei o quê, numa tentativa de estupidificar o debate e enaltecer a minha posição na pura e simples demagogia de não estar como os outros contra isto.

Já agora incorpore o obscurantismo da religião no relativismo...ou será que aí não há obscurantismo?

"...porque a doutrina, usada com rigor, não permite que se façam escolhas filosóficas como as expressas nesse mesmo texto."

Se calhar antes de negar o relativismo convinha perceber bem o que ele é. O relativismo é tolerante para com ideias diferentes, ele assume uma perspectiva mundana, no sentido em que a realidade pode ser diferente daquilo que percepcionamos e que o sujeito que as percepciona é como um aparelho que nos induz em erro, pois é falível e impreciso. Se a realidade pode ser diferente daquela que nós pensamos porque não admitir que acha pontos de vista divergentes. Se calhar está aí o cerne da questão. O meu caro acha que ao tolerarmos visões antagónicas não podemos defender as nossas? Se for isso algum dogmatismo pode ter atacado o meu caro...

"Relativismo tem tanto valor como o Solipsismo, por exemplo: é irrefutável, arrogante, absurdo e circular. Um relativista é um caso relativista, fechado sobre si próprio."

Mais uma vez o meu caro não subiu o nível, o relativismo é precisamente a abertura, é permitir a opinação do outros sem que se oponha um dogma que aniquile a discussão (diga-se que a resposta que me deu de um meio termo entre dogmatismo e relativismo é muito pouco satisfatória, talvez muito relativista).
Precisamente porque se permite a discórdia é que se evolui, se fizermos essas negações "evidentes" à partida não tínhamos descoberto as "evidências" de hoje. E é sobre este aspecto fundamental que querem fazer tábua rasa, é que o relativismo absoluto é uma impossibilidade e não é preciso grandes argumentos para perceber isso. Mas o relativismo moderado não o é, ao se declarar anti-relativista está no seu direito, mas não abordou a dualidade dentro do próprio relativismo, logo a sua posição fica mais fragilizada. Sim, porque eu sou relativista e privilegio e muito a argumentação, ela é interacção na qual analisamos a sequência lógica do pensamento.

"Os factos históricos do século XX podem ser usados como argumento no sentido de relativizar a posição da civilização ocidental na escala moral."

Lá está, o revisionismo histórico do meu caro é legítimo mas o dos "relativistas" não é, interessante...muito interessante mesmo. Podemos usar uma sociedade como a Grécia Antiga para compreender a actualidade e corroborar um choque civilizacional mas não podemos rever os males do Ocidente para perceber a fragilidade da nossa "superioridade". Sim senhora...no bom caminho.

"Quem aprende desde juvenil idade a raciocinar numa perspectiva colectivista, sem nunca se sujeitar a um choque ideológico, dificilmente aceitará todas as consequências do valor da Liberdade."

Uma pérola...
Ou seja os esquerdalhos não se querem sujeitar ao choque ideológico...isso é uma pérola sem precedentes. Atente-se nas eleições presidenciais e a quem quis fugir ao "choque ideológico" e atente-se também que se quer evitar um choque de cadáveres não um choque de ideológico, aliás choque ideológico já existe.
Uma das consequências da liberdade é não querer a guerra e os cadáveres sobre os quais a nossa "superioridade" é sustentada, querer a paz é aceitar a consequência mais feliz da liberdade.

"Ou seja, esmiuçadas as parangonas relativistas, encontramos uma dicotomia Bem/Mal cujo simplismo nada deve àquela que, por vezes, nos chega do outro lado do Atlântico."

Mais uma pérola...
O meu caro usa um discurso de uma dualidade simplista de superior/inferior (e já demonstrei aonde reside o simplismo) mas não gosta desta dicotomia Bem/Mal, que eu não reconheço no relativismo. Aliás o relativismo tem servido mais no sentido de argumentar que o Islão não tem sido tão "mauzão" quanto parece nem o Ocidente tão "bonzinho" quanto parece, ou seja o relativismo tem servido para se opor a esse simplismo que também não me agrada.

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Nuclear? NÃO obrigado!

Faço minhas as razões da Quercus:
1. Portugal tem uma enorme oportunidade na conservação de energia e eficiência energética;
2. O potencial de implementação das energias renováveis em Portugal é enorme;
3. A energia nuclear serve para produzir electricidade e esta representa apenas cerca de 20% do consumo de energia final do país;
4. A energia nuclear é muito mais cara;
5. A falácia da produção limpa em termos de emissões de gases de efeito de estufa;
6. Segurança de abastecimento comprometida - Potencialidade de descentralização oferecida pelas energias renováveis é contrariada por uma central nuclear;
7. A energia nuclear só é viável à custa de enormes subsídios governamentais – Portugal apoia muito mais investigação no nuclear que na conservação de energia e renováveis;
8. Portugal ficará dependente de tecnologia importada e cara; é mais uma dependência, neste caso perigosa, de outros países;
9. Cenários oficiais mostram que a Europa não aposta no nuclear e Portugal iria estar em contra-ciclo;
10. Longevidade dos resíduos e herança para as gerações futuras;
11. Riscos associados ao transporte e armazenamento dos resíduos nucleares;
12. Tempo de construção previsto;
13. Custo de desmantelamento das centrais e suas consequências ainda não estão suficientemente avaliados;
14. Secretismo e estímulo ao militarismo;
15. Dificuldade em encontrar uma localização.
Perante isto resta-me dizer: "Sr. Patrick Monteiro de Barros, construa essa central perto da sua residência!"

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Redescobrir paixões

Então toma lá um refresco de liberdade

Se por acaso passou pela cabeça do guru Dito Cujo que o silêncio deste assíduo leitor significava complacência com isto, está bem enganado, significa sim que tenho tido menos tempo.

Será que preciso dizer muito??... Será que tenho de dizer coisas que nem me apetece dizer para expressar que sinto-me soberano na possibilidade de dizer barbaridades? Não me parece, sou livremente responsável é certo, e livremente responsável vivo no meio dos intolerantes que tendem a despertar em nós a intolerância, estou cá para garantir que a resposta às barbaridades proferidas sejam a liberdade de os ignorar, satirizar, minimizar e fazer sentir a quem usa a liberdade de expressão o poder que esta tem. Que aqueles que usam a liberdade de forma irresponsável sejam vítimas da mesma, e não se transformem no vitoriosos conspiradores de choques culturais. A censura por sua vez é a vitória da intolerância, é como uma educação baseada na paulada constante, nós batemos e provavelmente geramos mais incompreensão do que geramos responsabilidade.

Mais uma vez afirmo, para quem não quer ser livremente responsável, aplica-se a tirania das palavras, aplica-se a ameaça do grafismo e a violência do silêncio.
P.S. Não confundir liberdade de expressão com liberdade de acção, no campo da acção a liberdade acaba quando começa a do outro a ser violada.
.

Eu cá não gosto do relativismo dos outros

Todos nós provavelmente já relativizamos alguma vez, quem não o fez que atire o primeiro argumento. Se o relativismo é usado por nós (vá lá por mim) para explicarmos aos outros a razão de não agirmos da forma mais imediata, mais extemporânea também devemos perceber que haja quem use esse mesmo relativismo para actuar mais em prol dos seus interesses ou que simplesmente veja no relativismo uma possibilidade de ignorar argumentos e conceber discussões estéreis porque tudo é relativo.
Também percebo que o relativismo absoluto é uma impossibilidade na medida em que nos impossibilita respostas que precisamos para o nosso Taylorista dia-a-dia, mas não é de relativismo absoluto que falo até porque esse concebe um paradoxo, o relativismo absoluto preconiza que tudo é relativo, mas se tudo é relativo o próprio relativismo absoluto também o pode ser e pode assim ser argumentado que nesse sentido este põe-se em causa a si mesmo.

Esta não é argumentação dirigida directamente ao caro Carlos Miguel Fernandes do blog No Mundo, simplesmente trata-se de um abrir de "hostilidades". Parece-me muito mais produtivo falar do relativismo contextualizando na argumentação deste post do mesmo.

Amanhã tou f...

..lixado e cheio de sono por estar a escrever agora mas surgiram desafios muito interessante aos quais quero apenas dar uma pequena "abertura de sessão".

domingo, fevereiro 19, 2006

Para apanhar o "pau"...

...é preciso tirar a roupa, "abrir caminho" pelo meio de 9 mil "caramelos" e esperar que o vento sopre bem. É verdade e foi o que fizeram os bacanos da foto. Passo a citar: "cerca de 9 mil homens nús, empurram-se uns aos outros, para tentar apanhar um «Shingi», um pedaço de madeira conhecido na religião budista por «pau da sorte». Os pedaços de madeira foram atirados ao vento à meia-noite do templo budista Saidaiji Kannonin, em Okayawa, no Japão. A tradição tem mais de 500 anos e acredita-se que quem conseguir levar para casa um «Shingi» terá sorte o ano inteiro." 'Tá bonito ou não?
Os nossos vizinhos de Buñol, Valência organizam "La Tomatina" ou numa tradução livre "A Tomatada", estes Japoneses andam ao "empurrão" para agarrar o "pau" e nós quando é que inventamos assim uma tradição galhofeira? Já estou a imaginar os cabeçalhos dos jornais!!!

A tradição da morte como património Mundial



O Dito Cujo alertou e o Max ironizou sobre a questão de as touradas serem candidatas a património mundial.
Eu apenas vejo nesta estupidificação colectiva, orgia colectiva de grunhos uma desinspiração para continuar a acreditar no ser humano, anda aqui um gajo a dizer que podemos coexistir e vêm estes grunhos propor um espectáculo sádico, violento e batoteiro como património mundial.
Aos grunhos aconselho mais sexo e menos frustração, é que um par de cornos parecem desplotar reacções negativas...

sábado, fevereiro 18, 2006

Vá lá...uma asneira e meia?

O Pedro Morgado do Bradiencefalia relata-nos duas asneiras, uma subscrevo a outra tenho uma visão positiva/desconfiada.

“- o Ministro da Saúde diz que a saúde gratuita vai mesmo acabar... Declarações estranhas vindas de quem acabou com os S.A. para dar lugar às E.P.E. com o intiuto de manter os serviços de saúde tendencialmente gratuitos.”


A saúde nunca foi genuinamente gratuita, como diz e bem o Ricardo, ela é paga através dos impostos. Mas o que interessa aqui ressalvar nisto é um aspecto: quem usa obrigatoriamente os serviços públicos de saúde?
Pois claro, não é o Belmiro de Azevedo... Logo preferia que se aumentassem os impostos, sendo esse aumento canalizado para a saúde, do que aumentarem os custos dos usuários directos. Está aqui subjacente uma questão de solidariedade, eu prefiro pagar impostos para que aqueles que precisem do SNS tenham acesso incondicional ao mesmo. Não será mais fácil e solidário dividir as despesas mesmo por quem não utiliza?
Imaginemos, uma pessoa vai ter de ser submetida a uma cirurgia, a operação vai lhe custar 500€, não será muito mais fácil distribuir esses custos pelos contribuintes do que sobrecarregar a pessoa em questão que pode até ganhar o salário mínimo?
Esta será uma manobra que visa abrir portas para os serviços privados de saúde porque, exercendo um esquema não solidário, o privado e público tornam-se igualmente injustos.

Resumindo, prefiro um aumento de impostos para subsidiar os serviços de saúde públicos do que entrar em derivas de utilizador/pagador.

“- o governo quer considerar que todas as casas que não tenham um consumo mínimo de água e luz são devolutas e obrigar os seus proprietários a pagar o dobro do Imposto Municipal de Imóveis.”

Não vejo com maus olhos a medida, mas com alguma desconfiança. A questão que está subjacente para mim é que alguém que é proprietário de uma casa e a deixa ao abandono é porque pode (só para conste a minha família pode ser abrangida por esta resolução). Provavelmente tem outra propriedade e tem aquela como plano de refugo. Ao sobrecarregar de impostos os proprietários estão a obrigá-los a mexerem-se, a moldarem-se, o que conduz a que tenham de praticar preços de aluguer mais atractivos porque não querem perder dinheiro com a sobrecarga. Por outro lado esta pode ser uma medida que apenas visa acabar com as casas abandonadas, mas provavelmente na óptica de entregar o espaço ao sector de construção. Nesta dualidade de leituras reside a minha desconfiança.

Ah ganda Tutu



O arcebispo Desmond Tutu que é tipo porreiraço, pelo menos da entrevista que eu vi no Daily Show foi essa a imagem que me ficou, decidiu carimbar o selo de porreiraço pondo a religião ao barulho. Um líder religioso a pedir o encerramento de Guantanamo deve ser um peso para uma nação como os E.U.A. marcada pela religião.
Além disso repreendeu as atitudes de Tony Blair...este homem ainda me converte.

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

"Portugal manda desenrascar"







Façam a seguinte experiência: vão ao site da wikipédia e digitem "desenrascanço"... o resultado é este :o) Sim, existe uma definição de "desenrascanço" (bela palavra portuguesa, com certeza), em inglês (caso para dizer que "é para inglês ver" hehe), que remete para esse traço tão tipicamente português que é o desenrascanço ou a capacidade prática do improviso à última da hora (obrigado Miguel pela indicação desta "pérola"). Senão vejam:

It is used to express an ability to solve a problem without the adequate tools or proper technique to do so, and by use of sometimes imaginative resourcefulness when facing new situations. Achieved when resulting in a hypothetical good-enough solution.

Gosto particularmente da "hypothetical good-enough solution". Isto seria para rir, se não houvesse quem, em Portugal, tivesse orgulho de ser assim e dissesse, à maneira bem portuguesa, que "é a vida, o que é que se há-de fazer". Ou como diria o Rui Unas "eu sou assim, eu sou assim, são coisas minhas..." E reparem bem na "melhor" maneira de desenrascar o arranjo de um ar-condicionado sem recurso a meios técnicos adequados (nem uma simples escada ou escadote)... "Para quê? Para quê contratar um profissional especializado se eu até tenho conhecimento de electrodomésticos - tenho conhecimento que eles existem, sei ligá-los e desligá-los... logo, sei arranjá-los... não deverá ser assim tão complicado..."

Assim sendo, considero que o facto de se afirmar o "desenrascanço" como tipicamente português sem se preocupar com o que isso significa não deveria acontecer (não é grave, mas não é desejável). Isto porque "desenrascanço" não me parece ser sinónimo de "algo bem feito", mas precisamente o contrário... não diz isto muito acerca do modo como se conduzem as coisas neste país "à beira-mar plantado"?

Pois então, fica à vossa consideração... Quanto a mim, considero que muitas vezes sou "vítima" desta característica supostamente "tipicamente portuguesa"... mas também o são muitos não-portugueses... O que é facto é que devemos deixar estas representações da identidade nacional no passado e abraçar uma nova etapa e um novo desafio nesta era da Globalização: a de abandono do estigma da semi-periferia (ou periferia completa em alguns casos) e afirmarmo-nos como pertententes a esta nova realidade multicultural de corpo e alma. Mas com filosofias do "desenrascanço" não vamos lá, não...

Live the american dream in...Guantánamo

A argumentação que visa desculpar os abusos visto se tratarem de terroristas, quando até sabemos que isso nem sempre é verdade, é claramente uma manobra de escape. Isto porque eu bem vejo como eles acarinham os seus "serial killers", de tal forma que se eu fosse tentar uma carreira em Holywood e não conseguisse transformava-me num "serial killer" que iria dar ao mesmo. Aliás os "serial killers" são alvo de respeito, medo, interesse e predominantemente brancos, os restantes criminosos são bandidos desprezáveis predominantemente pretos. Aliás vejam-se os filmes que lhes são dedicados, mesmo quando se tratam de filmes sem suporte na realidade, trata-se de um indivíduo branco, inteligente e cujo filme consegue de forma ardilosa criar uma espécie de respeito e admiração por este. Até nestas coisas a xenofobia está patente.
Eu bem que alertava para hipocrisia do lado de lá do atlântico, ao condenarem os cartoons mas fazerem o que têm feito ao mundo Islâmico. Inclusive o timing da revelação destas fotos parece servir para acirrar os ânimos, note-se que as fotos já faz tempo que existem.

Europa esse grande...país?????

Ena! Já só faltam três!

Privatizações
Já só falta a CGD, os CTT e as Águas
O João já abordou hoje o tema das belas das privatizações mas, não me dando por satisfeito, resolvi focar o mesmo assunto. Isto porque penso que é vergonhoso apregoar lucros "fast-food" quando sabemos muito bem que precisamos de muito mais que isso para nos desenvolvermos enquanto país. Mas pondo de parte as "manobras publicitárias" do governo e as euforias que daí pudessem resultar, o mais interessante é verificar que um especialista já afirmou que as "privatizações não animam a economia". Ora, nem seria preciso dizer mais nada mas apetece-me continuar. O montante dos ganhos atinge os 2,4 mil milhões, dinheiro que será todo canalizado para reduzir a dívida pública MAS o que representa este montante? Será assim tanto dinheiro? A título de curiosidade consulte-se esta notícia publicada em Janeiro deste ano que aponta a dívida pública para perto dos 111 mil milhões no final de 2006. Então e o resto da "massa"?
Outro ponto importante, e ainda segundo a opinião do mesmo especialista (e eu concordo com ele), é que o fundamental numa privatização é que haja melhorias no funcionamento e nos serviços prestados. Acham mesmo? A minha experiência diz-me o contrário! Para me cingir só a um exemplo fica o da EDP: depois da privatização tive cortes de energia inexplicados; picos de tensão a darem cabo de vídeos e monitores de computador a fumegar depois da restituição da energia! Bonito, não?

Tudo à batatada...

Olá a todos!
As minhas 5 manias são:
1 - o meu ritual quando bebo café: dobrar o pacotinho de açucar em quatro partes, bater com a colherzinha no bordo da chávena, agitar ao de leve a chávena enquanto bebo... hehehe (é quase um experiência religiosa :oP);
2 - Ouvir música a toda hora e em qualquer lugar ("custe o que custar" - Gabriel, o Pensador) - gosto especialmente de ouvir música na rua enquanto me desloco para qualquer lado;
3 - Fazer piadas "ribeirinhas"e trocadilhos com alguma frequência (e ser o único a divertir-me com eles - coisa de "ganda maluco");
4 - Imitar/entoar/cantar todos os instrumentos numa canção, acompanhando com os respectivos gestos (que pode ser "um pouco" incomodativo para quem está presente...);
5 - Apontar palavras desconhecidas ou novas (em português ou inglês) num caderninho para depois procurar (escusado será dizer que depois esqueço-me de o fazer hehe).
E pronto.... já está! Devo dizer que foi-me difícil encurtar a lista para só 5 manias, mas penso que consegui colocar aquelas mais caricatas :oP Por razões de algum decoro (haha) decidi não incluir na lista as famosas flatulências ("quem as não tem?" diria o poeta... na minha imaginação subversiva, claro)... no entanto, gostaria de referir que sou um artista tímido nesse campo, razão pela qual a minha arte não é muito divulgada. Outra razão prende-se com o facto defender de forma relativamente apaixonada a "privacidade do pivete" (sem me considerar egoísta).

Politicamente correcto


Alguma direita tem a mania de que os grandes assuntos tão pendentes pelo politicamente correcto, basta pensarmos no recordista deste argumento: Pacheco Pereira.
Mas Ricardo Alves no seu blogue Esquerda Republicana parece que descobriu resquícios desse mal que assola a humanidade na própria direita.

Ignorância humorística



No fim de semana costumo por hábito ver o programa Eixo do Mal na Sic Notícias, é um programa interessante porque lida com boa disposição, vinda principalmente da parte do apresentador Nuno Artur Silva, os assuntos da actualidade nacional e internacional.
Mas também é possível achar pérolas nesse programa e não são poucas, uma delas foi da autoria do novo comentador residente Luís Pedro Nunes director do jornal suplementar o Inimigo Público.
Na altura da paródia sobre a visita de Bill Gates este desvalorizou a controvérsia de eventualmente este ter roubado o código fonte, relegando essa problemática para o plano de uma discussão estéril entre "nerds"(os totós dos computadores). A ignorância deste professional do humor é estonteante, porque se ele desvaloriza uma problemática relacionada com o código fonte é porque provavelmente nem sequer percebeu o que é o código fonte, se ele percebesse iria provavelmente registar a importância de tal problemática. Por exemplo, seria uma problemática semelhante a alguém roubar as ideias e textos do Inimigo Público e ficar o ladrão com a parte rentável da criação enquanto que o Luizinho iria eventualmente ficar a fazer um jornalinho de bairro para os seus amigos, mas visto que este considera o código fonte algo secundário, a problemática que eu referi anteriormente também não o afectaria de forma siginificativa.

À terceira é de vez


É este o lema da Lei da Nacionalidade aprovada, depois de explorarem o avô/ó, a mãe/pai, o neto vai continuar a ser explorado mas legalmente como todos nós.
A lei é tão exigente que eu tenho medo de ir em programa Erasmus para a República Checa e voltar com imigrante, eventualmente até poderia experimentar um estilo de vida alternativo em barracas que depois seriam demolidas por razões de "interesse público".

Esta votação realçou que de facto os iluminados que dizem que a dualidade esquerda-direita deixou de fazer sentido têm razão, para isso basta ver que o CDS e o Bloco abstiveram-se...
Ah, com o pequeno pormenor de uns acharem que a medida é parca na justiça e outros acharem que o seu xenofobismo não está devidamente representado na lei.

Yuppie...fomos enrabados

Depois de críticas às medidas puramente contabilísticas do anterior governo, eis que este prescinde de um sector fundamental como a energia.
A grande questão que se coloca na mente de todos é a seguinte:
Quem será o ministro que depois irá para o centro de decisão da Galp?

Abdicar assim da presença estratégica numa empresa que dá lucro em Portugal é estranho. Além de estrategicamente estranho, é o também porque a empresa dando lucro seria uma fonte segura de receita para o Estado, afinal o Estado deve andar com as contas maravilhosas para se dar a esse luxo. Vamos abdicando de sectores estratégicos e depois perdemos a capacidade de os regular, depois se as pessoas dizem que é muito caro nada feito porque o Estado não pode (nem quer) regular abusos cometidos numa empresa em que único poder que tem é o de mandar umas bocas, sem poder efectivo de decisão.

Ao ler que ganhamos 2.4 mil milhões de euros podia também ler que ganhámos dinheiro rápido e perdemos um fonte de financiamento do Estado, logo quem foi enrabado…pois claro…ainda por cima este governo enraba mas depois não depois não quer casar.
As medidas de curto prazo são sempre assim, dão um cabeçário de um jornal porreiro mas depois aqueles que mais precisam do Estado vão ver aonde corta o mesmo quando faltar essa mesma fonte de financiamento.

Como disse meu caro...

“Como tantas vezes aconteceu ao longo da sua história, o capitalismo insiste em desactualizar a futurologia marxista, que não lhe augurava existência longa...”

Mais uma pérola…
Ideologias à parte, trata-se duma pérola pelo simples facto de esta frase encerrar algo de contraditório na escrita que a envolve.
Mário Bettencourt Resende regozija-se com a vitória do capitalismo perante os “profetas” que não lhe auguravam nada de bom, de facto parece que se tem aguentado, mas que alguém se regozije com isso deve estar a deixar alguns trabalhadores de cabelos em pé. Recorde-se que os trabalhadores no capitalismo são mercadoria. O próprio capitalismo tem uma contradição brilhante, a defesa da liberdade individual às custas da mesma…é claro que para compreender isto é preciso perceber que existe a liberdade dos que possuem meios de produção e a dos que não possuem.

Isto porque no Fórum económico de Davos os beneméritos capitalistas decidiram convidar protagonistas que não são propriamente favoráveis a esse capitalismo, dá-se como exemplo Lula da Silva, a meu ver não é um exemplo muito feliz mas para eles deve ser uma revolução.
Ora, a contradição neste artigo consiste em querer simultaneamente uma revolução no mundo do capitalismo e fazer crer que isso é possível sem que este acabe. Se por um lado parece avistar-se um capitalismo com preocupações sociais (vou ter de parar um bocado para rir) ,parece também uma evidência que esta corrente veio para ficar, mas como é que podemos falar em capitalismo se este se transformar ao ponto de conceber justiça social? Como conseguirá o capitalismo tal transformação se continuar a preconizar a força laboral como mercadoria, o lucro como objectivo primordial, a acumulação de capital e a competição demolidora (lembro que na competição há quem perca).
Se o capitalismo mantiver os seus cânones então Marx terá se equivocado mas assim sendo não estará a emergir um modelo de “responsabilidade social das empresas”, se de facto esse modelo vier a ser implementado, o capitalismo acaba porque essa responsabilidade social varre do panorama as principais bases do capitalismo.

É tanta pérola em jornal de referência que eu pergunto aonde andam os diamantes…???

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

150 000 postos de trabalho???

É já a seguir! É que é já a seguir!!!
Pelo menos foi o que todos ouvimos! Ou será que ouvimos mal?
Depois de ter consultado alguns conhecidos confirmei que sim. De facto, o homem tinha prometido isso mesmo. No entanto, e após 11 meses e alguns dias de governação, qu'é deles??? Se calhar andam por aí escondiditos ou então resolveram dá-los todos à malta do INOV-JOVEM. Ai não, nada disso, afinal também não!!! Esses são só para as áreas de Gestão da Produção, Gestão Comercial/Marketing, Internacionalização, Gestão de Recursos Humanos, Inovação Tecnológica e I & D, Energia e Eco-eficiência, Design, Economia Digital e TIC e Qualidade, Ambiente e Saúde e Higiene e Segurança...
Mas então e nas outras áreas? Será que não há desemprego? Não me parece! Segundo os dados do INE em Janeiro deste ano
491 184 homens e mulheres continuavam sem emprego. E agora vamos lá ver como é que se divide o bolo!
"Do total de desempregados inscritos, uma enorme fatia, 43,7%, pertencia a trabalhadores não qualificados dos serviços e comércio (59 136), empregados de escritório (56 460), pessoal dos serviços de protecção e segurança (50 257) e trabalhadores não qualificados das minas, construção civil e industrias transformadoras (43 557)."
Mas há mais!!!
"Por profissão, os maiores acréscimos, face a Janeiro de 2005, ocorreram entre os profissionais de nível intermédio de ensino (+67,7%), agricultores e pescadores (+30,6%) e nos profissionais de nível intermédio das ciências da vida e da saúde (+27,6%). Neste campo subiram os professores desempregados (+19,7%) eu sou um deles (e aqui é que está o busílis porque quando me dói a mim...) e os especialistas em profissões intelectuais e científicas (+13,6%)."
Está bonito está!!! E tendo em conta que esta é a taxa de desemprego mais alta de sempre, eu agora pergunto: Para quando os efeitos deste choque (seja ele tecnológico ou de qualquer outra natureza)? Mas o pior vem a seguir porque os níveis de criação de emprego têm estado estabilizados, mas tem sido impossível criar novos postos de trabalho para os que chegam ao mercado segundo afirmou Vieira da Silva.
Face a todos estes dados (e para terminar por aqui) só me resta fazer um aviso à navegação: não nos esqueçamos de daqui a três anos votar de novo no Eng. y sus muchachos ou então no Shorty e seu séquito para vermos como elas mordem!!!

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Polícas, políticas, socialismos à parte

(Este é um excelente texto para quem quer dormir e não consegue...ao menos dêem-me esse crédito.)

Eu cá acho que mentir é feio, e ouvir o Sócrates a dizer que é de esquerda e que temos um (um não o) partido Socialista no poder é uma mentira sem precedentes.
A esquerda não tem futuro porque há quem tome medidas de direita em nome da esquerda, nem sequer lhe foi dada a oportunidade de falhar porque já falharam por sua vez. Já me cansa o paleio de que a esquerda e direita é tudo o mesmo, aliás são discursos típicos de quem não consegue ver para além do espectro político de direita e que acha que para além do bloco central só para a direita.

Isto porque leio um artigo sobre a segurança social e vejo que Vieira da Silva já se rendeu aos encantos de ser um "Socialista", não aprovando um projecto lei do PCP que previa a taxação sobre o valor acrescentado bruto (VAB) considerando que este afectaria a competitividade das empresas.
Eu até pensei voltar à questão da responsabilidade social que as empresas têm descartado, mas nem vou por aí. Basta pensar em que competitividade está a falar Vieira da Silva, a nível nacional? A nível mundial? Se este projecto lei fosse aprovado seria exercida a taxação sobre as empresas que exercessem actividade em Portugal, logo sendo todas igualmente sujeitas a esse critério como é que umas ficam diminuídas em relação às outras? Pura e simplesmente não ficam. A competitividade é uma medida de forças entre diferentes empresas e serviços. Se o mercado funcionar de forma regular, alguns factores óbvios de competitividade serão: preço, capacidade logística, localização, inovação, optimização etc...
Ora estes factores englobam encargos para as empresas e é baseado nisso que o Ministro do Trabalho e da Solidariedade refere que estes encargos adicionais são para as empresas um factor de decréscimo de competitividade. A falácia deste argumento explica-se pelo simples facto de os factores de competitividade não serem factores absolutos mas sim relativos, na medida que surgem da comparação entre empresas, sendo assim uma legislação que fosse aplicada sobre todas as empresas não seria destabilizante.
O preço não é competitivo por si só, é-lo porque as outras empresas praticam preços mais caros, ou seja todos os factores até podiam ser melhores ou piores do que são na actualidade mas eles medem-se no sentido comparativo ao que existe no mercado.

Mas se depois mostra-se preocupado com as situações fraudulentas dos que tem pouco:

"Vieira da Silva defendeu ainda uma revisão global de todas prestações sociais, de forma a que "sejam dirigidas apenas a quem delas necessita" e a acabar com as utilizações indevidas."

Eu acho extremamente positivo as palavras acima transcritas, com um pequeno senão: os exemplos escabrosos de figuras conhecidas que acumulam reformas volumosas, isto é um exemplo de má gestão. Nas regras de boa gestão diz-se claramente que o gestor deve sempre mostrar a equidade das suas medidas, até para conseguir uma melhor mobilização do "operador" no processo.

Busharias

Desculpe qualquer coisinha




Quem trata assim os amigos, não merece ter inimigos.

Em relação ao post abaixo

Penso que estamos de acordo quanto ao perigo que o Irão representa, não estaremos de acordo quanto à intensidade, ao grau de ameaça que este representa.
Nesse aspecto penso que só o tempo o vai dizer com mais certeza. No entanto, este pode ser outro Iraque no sentido em que à medida que o tempo decorre nos vamos apercebendo do erro e da sua magnitude, aliás penso ser consensual que o Iraque foi um erro? Ou mais concretamente uma guerra puramente estratégica em prol de interesses identificados?

Como diz o Max, o que também me preocupa é o extremar de posições que surge, sempre oportuno, sempre com o timing certo. Não contesto a autenticidade de valores que emergem de ambos os lados, eu próprio me opus à censura, mas agora chegou o momento de percebermos que neste extremar de posições uns jogam, outros são jogados e outros tem a sua agenda mental, ora eu não estou cá para jogar nem para ser jogado (atenção, não estou de forma alguma a insinuar que quem pense de forma diferente esteja obrigatoriamente a jogar ou ser jogado).

A guerra é para avançar se a diplomacia falhar, será que quem diz isso acredita na diplomacia ou fez algum esforço? Não terá sido o esforço da UE em levar o caso para o Conselho de Segurança da ONU uma tentativa real de diplomacia, apercebendo-se que havia "uns diplomatas de espingarda ao alto"?


Pedro Silva, o objectivo dos E.U.A. e Israel não é diferente daquele que motivou o ataque ao Iraque. Este é um caso complexo, porque se atacam têm de atacar mesmo e "tomar posse" do Irão, porque ninguém quer que o Irão faça boicote dos seus bens naturais preciosos…pois não?
E a Coreia do Norte não será uma ameaça? Mas a Coreia do Norte, que recursos naturais tem quando comparado com o Irão?
Não será a Coreia de Norte uma ameaça mesmo séria?
Sei lá tipo isto.

Meus caros amigos com os quais me comprazo em poder discordar, não parece que há no meio disto tudo uma coerência? A mim parece-me que as ameaças sérias são aquelas que não são atacadas. "Tá quieto que esse morde mesmo e ainda por cima não tem "pitrol"."

Terrorismo de Estado

O terrorismo de Estado é claramente uma questão de má fé da esquerda e também daqueles que, sendo de direita, percebem que a democracia é uma tarefa do dia-a-dia. Já vi argumentação no sentido de que uma democracia por si só inviabiliza o terrorismo, obviamente estas palavras que tanto foram úteis na prosa de defender Israel dos malfeitores que questionam tudo e todos, foram levadas pelo vento na altura do rescaldo das eleições na Palestina. Aliás sugiro a introdução de um novo conceito: a boa e má democracia.
Ora se no início deste post eu disse que isto era uma questão de má fé, se pensarmos na argumentação de democracia como razão óbvia e incondicional de supressão do terrorismo ficamos a perceber que de facto isto é uma questão de fé, vem uma democracia e puff...desapareceu o terrorismo.
Se o terrorismo dos pobretanas que são mentes moles para serem devoradas por um fanático cujo lucro comercial é sua fé, o terrorismo de Estado pelo seu calculismo e também igual crença no poder do dinheiro (crença bastante real diga-se) não é menos condenável.

Ora, além dos E.U.A. temos outros mestres no terrorismo de Estado (não é preciso muita preocupação com este tipo de terrorismo porque este não mata ocidentais): Israel.
O Dito Cujo faz um historial das suas afirmações acerca da guerra que se avizinhava, eu também achei que sim, além disso estava com espírito aventureiro e disse que Israel também era um país bonzinho para nos salvar dos mauzões.
No artigo do DN que linkei no post das 8:23 podia ler-se:

"Recorde-se que Bush afirmou "Defenderemos Israel no caso de um ataque do Irão", enquanto um alto responsável israelita, quando inquirido sobre um eventual ataque de Israel às instalações nucleares iranianas semelhante ao de 1981 contra o reactor de Osirak, no Iraque, afirmou que "a nossa política nessa matéria é seguir a liderança dos EUA"."

Além disso este artigo dá uma luzes da verdadeira "dimensão" da questão e do arsenal de guerra que estes, rapazes sem terra que agora desterram outros (o que é compreensível visto que eles não são os escolhidos para a terra prometida), possuem:

"Ted Galen Carpenter, do Cato Institute, considera que o Irão não representa qualquer perigo, e não somente por "Israel ter entre 150 e 300 ogivas nucleares, enquanto que o Irão, mesmo que prossiga o seu programa nuclear, não conseguirá construir mais de uma dúzia na próxima década". Segundo Carpenter, o Irão também não se atreveria a entregar armas nucleares a grupos terroristas, pois "mesmo o mais fanático mullah de Teerão sabe que os EUA atacariam o provável fornecer dessa arma, e o Irão estaria no topo da lista de suspeitos de Washington"."

Pus este texto com estas letras garrafais para verem a mentira em que se baseia a guerra...
Desculpar o terror do Estado perpetua o terrorismo, os terroristas precisam de terroristas, se nós não alimentarmos nenhum, eles morrem por si só...
Aliás, veja-se que no conflito do médio oriente nunca ninguém ataca ninguém, são sempre respostas, são sempre retaliações.

Mais soldadinhos



Os soldadinhos continuam sem nada para fazer, mas parece que finalmente encontraram mais amigos. Por alguma razão os seus amigos estão sempre numa posição vulnerável ou são por si só vulneráveis, talvez seja isso mesmo, perante a vulnerabilidade que melhor remédio do que partilhar uma "amizade" intercultural e intergeracional. Parece que no entanto os soldadinhos não poupam esforços e deram "amizade" a mais.

A cobardia dos bravos é a derradeira demonstração que a ignorância é o combustível da violência e a mim falta-me pavio...

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Meus amigos isto não é política

Nem coisa que se pareça, cada vez mais me parece que os fanáticos são claramente aliados dos E.U.A. , fazendo sempre um jogo favorável à utilização do espólio de salvação. Repare-se que o Irão já faz parte dos planos dos E.U.A. há muito tempo, na altura conveniente aparece sempre alguém disposto a fazer o jogo deles. Saddam Hussein, grande amigo de Bush pai, mais tarde zangou-se com o filho que dividia as atenções do seu pai adoptivo, esta zanga familiar gerou muito dinheiro para as empresas que souberam estar no sítio e na altura certa ao lado desta administração e no entanto com as despesas militares trouxe as contas do Estado americano a um nível de deficit recorde. Aquilo que se passa nos E.U.A., pura e simplesmente, é um assalto às contas do Estado para enriquecer meia dúzia de ignóbeis personagens que se acham muito espertos na arte de corrupção e corromper. A guerra é lucro feito com dinheiro dos contribuintes e sangue dos inocentes, sempre que se avizinha um ataque é notório algo sintomático, foi conseguido um extremar de posições, conseguiu-se acirrar as diferentes sensibilidades. Os cartoons e a manipulação por parte dos "fanáticos" mostra que devemos optar por uma "nova" (no meu caso não é nova) postura perante estes mestres do disfarce. Devemos não cair do plano da mera condenação e preocuparmo-nos cada vez mais em perceber os passos lógicos que eles tomam e devemos ver como os "fanáticos" não tem religião, tem objectivos e conseguem unir-se numa aparente discórdia para conseguir a instabilidade que os alimenta.
Se eu pudesse criar novas concepções, a concepção que eu daria de fanático era de alguém que extrema posições para conseguir algo, alguém que inviabiliza diálogos para gerar incompreensão, alguém que promove a ignorância das diferentes culturas, alguém que tem uma só fé, uma só visão...a dos seus interesses.

Rufam os tambores da guerra e espero que agora sim se levantem as vozes da liberdade...

Barrigada de Riso

Pelo menos hoje, o dia não acabou sem dar umas valentes gargalhadas. Se também o quiserem fazer cliquem no link.

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Febre dos trópicos

Na minha opinião, um dos episódios mais burlescos da semana que está a chegar ao fim foi o pedido de "avaliação às faculdades mentais" do deputado João Carlos Gouveia. E isto porque, no dia anterior, este deputado tinha afirmado que o poder regional tem usufruído do "beneplácito e complacência dos órgãos de soberania", e da "cobardia de alguns magistrados do Ministério Público", situações que fazem da região "um verdadeiro paraíso criminal". Ora, no requerimento interposto lia-se que as palavras do deputado "indiciam demência, tal o absurdo e o insulto que revestem". Será mesmo?
Como se não bastasse, este pedido foi aceite pelo Presidente da Mesa da Assembleia Legislativa Regional e aprovado pelos deputados do PSD-M (que belo exemplo de representatividade!) visto que os restantes deputados abandonaram a sessão (Pudera!).
Para além disto, e tal como publicou o JN "em pouco mais de dez minutos os deputados do PSD "despacharam" a agenda de trabalhos constituída por 19 pontos, aprovando os diplomas social-democratas e chumbando as propostas da oposição." (Palmas meninos e meninas). Posto isto resta-me colocar a seguinte questão: será que o facto de estarmos a chegar ao Carnaval começa a afectar os espíritos dos deputados madeirenses? É que as perturbações do Alberto João não são novas para ninguém, por isso, resta saber se a "febre" está a alastrar!

World Press Photo

Como já vem sendo hábito, o World Press Photo traz-nos todos os anos algumas das imagens mais belas e que valem sempre mais que mil palavras!

Batata a murro

Ora as 5 manias deste vosso "bitaiteiro" são:

- ir para a praia e bater com o nalguedo no chão, usando para o efeito uma prancha de skimboard;
- flatulências q.b. (umas mais canoras que outras, com diferentes tons e intensidades);
- meter os pés pelas mãos quando quero explicar qq coisa rapidamente (por mais simples que seja);
- repetir a mesma ideia várias vezes quando conto algum episódio que me tenha acontecido;
- teimosia q.b. (e a modéstia é uma das minhas inúmeras virtudes!!!)

P.S. - vou ser benevolente e não vou VITIMIZAR ninguém!

O shorty passou-se man

Marques Mendes teceu rasgados elogios a Souto Moura, o tal procurador Geral da República que apesar da extrema incompetência e parcialidade não é demitido. Os funcionários públicos que vão receber "rescisões amigáveis" devem estar pensar que devem ter feito algo muito mau, porque aquele PGR por muita asneira que faça não recebe uma "rescisãozinha amigável". Perante esta "cultura de exigência e rigor" fica bem claro a visão que o Governo PS tem de reformas e a sua verdadeira posição perante a incompetência.
Mas voltando ao shorty, eu até pensei que ele queria era dar motivos para o golpe interno que se prepara no PSD ser mais rápido e eficaz, mas ao ler esta notícia percebi as suas verdadeiras intenções.
O bom samaritano Valentim Loureiro vem reclamar com o ainda Presidente da República Jorge Sampaio, dizendo que está não está a agir perante a constante violação do segredo de justiça.
Agora façamos um esquema:

shorty apoia Souto Moura >>>> Souto Moura é "responsável" pelos abusos do segredo de Justiça >>>> Sampaio não age >>>> bom samaritano indigna-se >>>> bom samaritano não teve apoio do PSD (Marques Mendes) >>>> shorty apoia Souto Moura
Smile

O caldinho




Penso que muita gente tinha a noção de que a polémica dos cartoons tinha um travo a caldinho.
Ou seja não era um cadáver pronto a ser devorado, era uma sopa requintada e bem preparada, eu cá só pensava se seria canja ou caldo verde.
O Diário Ateísta dá a receita para o caldinho.



quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Passa a batata

No seguimento da encrenca em que o Max me pôs:

5 manias:
- Ficar de olhar vidrado na frente de alguém que me está a contar algo, dando a falsa sensação de indiferença
- Peidar-me quando alguém está a dizer banalidades
- Dar toques na bola e armar-me em artista da bola
- Peidar-me por que me apetece
- Arrotar como sinal de virilidade, salvaguardando a remota hipótese de isso ser atractivo para o sexo oposto

Vítimas:
- Rui Maio
- Pedro Corga
- Golfinho do CoeXist
- Karim do O Quarto Poder
- Pedro Morgado do Bradiencefalia

Passa a batata.
:-)

As chagas de Cristo


Como não sei fazer cartoons apenas achei esta forma de ironizar com a religião dominante no Ocidente, auto imolei-me e é o que se vê.
Mentira, obviamente, na realidade trata-se do belo serviço que um profissional da saúde me fez ao abrir o gesso para o alargar. No entanto nunca se sabe, posso lançar um culto, nestas coisas o que conta é o sentido de oportunidade.

terça-feira, fevereiro 07, 2006

A "verdadeira" retaliação

Caro/a MP-S:

A desinformação é tão generalizada que não percebo a súbita preocupação. A desinformação acerca da situação do Iraque teve também em contraponto a informação que desmascarava as verdadeiras intenções e a falsidade dos argumentos.
Portanto a censura não nos "protege" melhor da desinformação do que a liberdade de expressão, bem pelo contrário.

No caso específico tratam-se de caricaturas, livres de serem interpretadas como xenófobas, como certeiras, como dispensáveis etc. Agora isso reforça a necessidade de liberdade de expressão, porque a censura vai ser imposta por quem? Quando há consenso alargado em relação a algo é uma coisa, quando não existe a liberdade de expressão faz o seu papel.

Eu subscrevo a necessidade de não fazer uma distinção racial, xenófoba, mas isso não pode suportar a censura ou a ausência de crítica. As pessoas de quem eu gosto muito não estão livres de críticas, penso que é fácil perceber que a crítica e a irracional xenofobia não têm de estar ligadas. Subscrevendo eu a necessidade de não generalizar a visão terrorista do Islão, não subscrevo a generalização da crítica como manifestação de xenofobia.

Em relação à última pergunta, com certeza que defendo a liberdade de satirizarem o ocidente e a sua religião dominante.

Aveiro dos "bons costumes"

Desconhecia o facto de Aveiro além de ser povoado, com diria o Dito Cujo, por saloios (peço desculpa pela generalização) também mantém alguns "bons costumes".
Um desses costumes que prevalece é o de "educar as mulheres", mas como o saloio não é propriamente dotado de capacidades orais opta pela violência. Não esquecendo os casos de violência para com homens que, embora minoritário, também é grave e envolve outro tipo de abordagem.

“ - Aveiro, Braga e Porto -, “distritos estes que apresentaram cerca de 34 por cento do total nacional de ocorrências de violência doméstica registadas pela PSP e GNR”, referiu Patrícia Correia.”

A iniciativa “Novo Rumo - para uma vida sem violência” pretende criar Centro de Informação e Acompanhamento a Vítimas de Violência Doméstica em Ovar, no entanto em notícia hoje na RTPN era noticiada a existência de um centro na Cáritas Diocesana de Aveiro, em frente à GNR.

Uma resposta à altura

A Liga Árabe Europeia publicou cartoons que ainda não vi publicados na imprensa europeia, era esta a altura para ser exemplar na defesa da liberdade de imprensa. Se por acaso já houver publicações desses cartoons por algum jornal que igualmente tenha publicado as outras agradecia que me informassem, eu desconheço tal facto.
Bem, mas eu vou publicar aqui alguns cartoons que "ofendem" diferentes susceptibilidades.




















Bin Laden...

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

A privacidade dos números



A Segurança Social vai notificar 160 mil empresas com dívidas de diversa natureza e diversos montantes, no âmbito do Plano de Combate à Fraude e Evasão Contributiva.
Neste artigo é admitido que possam haver erros, o que não é dito é que apesar desta aparente batalha à fraude e evasão fiscal não se fez a reforma fundamental: levantar o sigilo bancário. Nem as promessas de quebrar o sigilo fiscal foram cumpridas. Todas as pseudo-reformas tomadas até agora tem sido feitas porque as contas do Estado, e apenas do Estado, não têm estado bem, o ataque tem sido feito na função pública mas a fraude e evasão ocorre maioritariamente no sector privado e nas suas relações com o público. Os funcionários públicos recebem o seu ordenado líquido, logo nem que queiram não podem fugir ao fisco, na actividade liberal é que são feitas as maiores tropelias na declaração de rendimentos, dos quais se destacam as seguintes profissões: médicos, dentistas, advogados, engenheiros e arquitectos.
Sendo que estes deveriam contribuir com 15% da totalidade dos impostos e apenas contribuem com 6%.
Ora, se as contas são feitas com base em previsões e depois averiguadas discrepâncias entre previsões e contribuições, obviamente que vai haver erros e obviamente que o combate não é de facto eficaz. Se se quebrasse o sigilo bancário, o combate era eficaz e era também mais fácil o combate à criminalidade. Mas a criminalidade não é apenas uma actividade marginal, é uma grande actividade à qual ninguém se atreve a opor de forma consistente, até porque o combate à criminalidade tinha de ser mundial, caso contrário apenas se verificaria que sairiam penalizados aqueles que se atrevessem a combate-la.

Como o governo não teria a lata de dizer que não quer fazer um combate sério, restaria dizer que não levantaria o sigilo bancário por respeito à privacidade dos números.

Não devia ser esta uma causa do Islão

Em Guantánamo a festa continua rija, que eu saiba o Islão não se revoltou de forma tão veemente em prol desta causa...os direitos humanos.
O Islão está preso ao seu profeta, aos seus símbolos mas parece que presos entre si, de forma solidária e humana, nem por isso.
Os E.U.A. que acham inaceitáveis as caricaturas, não acham inaceitável aquilo que fazem em Guantánamo, neste artigo são revelados alguns mecanismos de alimentação no mínimo desagradáveis.

A outra "liberdade de expressão"

Nestes episódios já era esperado o oportunismo daqueles que não acreditam na liberdade de expressão, mas que até acham piada dizer mal dos outros. Por isso já há quem venha reclamar a superioridade do Ocidente, aparentemente isso é perfeitamente natural e está apenas aprisionado pelo politicamente correcto. Aqui as coisas começam a tomar contornos desnecessários, a batalha que eu travo é mesmo pela liberdade de expressão, recuso-me participar na exaltação de algo como contraponto a...

Também não me identifico com aqueles que tem dito que os cartoons são xenófobos e que parece quererem fazer tábua rasa de uma realidade porque a outra também não é bonita. Inclusivamente depois de terem alertado para a confusão do Islão com o terrorismo, não tiveram o cuidado de fazer o mesmo quanto à mistura da Islamofobia com aqueles que de facto defendem a liberdade de expressão.

As religiões têm o seu espaço, mas é preciso perceber que alguns movimentos conservadores que não podem com o Islão estão agora compreensivos porque a censura tem os seus encantos, mais uma categoria que eu ponho no caixote de lixo.

Liberdade de expressão, esta pode ser manifestada de várias formas, queimar bandeiras (desde que sendo propriedade sua, caso contrário é roubo) é legítimo, desenhar seja o que for é legítimo, agora deu-se um passo inaceitável no campo da acção, da violência para com outrem e destruição de património alheio.

Dado a complexidade desta temática e grande divisão que causa seria desejável, na blogosfera, uma conversa densa e menos soundbytes, até este bitaiteiro quando as coisas ficam sérias gosta de ouvir opiniões sérias e menos catarses de conflitos pessoais.

domingo, fevereiro 05, 2006

Para o Rui, para o Pedro...

...e para a situação actual não há melhor remédio que o receitado pelo CoeXist do Eskimo e do Golfinho.

Blame it on the dog
















Boas a todos!

Decidi fazer deste o meu primeiro post (porque alguma vez tinha que ser a primeira). Assim sendo, resolvi incluir um comentário (singelo - como o whisky lol) ao cartoon em cima :o) De facto, só me ocorre um adjectivo (e apenas um): de facto e indubitavelmente, diz muito da Natureza humana e pode ser aplicado a todos os aspectos do nosso quotidiano. (onde é que está o adjectivo, perguntais vós?)

De facto, os homens tentam sempre passar a batata quente a outros mais indefesos, mais frágeis, com menos poder - principalmente com menos voz ou poder de expressão/opinião (à falta de batata, vão mesmo as responsabilidades hehe) - como tal, sempre é verdade que "nice guys finish last" - sempre foi assim e sempre assim será... lamentavelmente. Mas considero que há um forte instrumento no combate a esta atitude de "esperteza saloia" característica dos humanos (que permite que eles durmam descansaditos todas as noites): a cultura - ou conhecimento de cultura(s). Considero que quanto mais cultura consumirmos, quanto mais abertos formos a todas as formas de manifestação humana, mais humildes seremos e mais respeitadores nos tornaremos. Isto pode parecer óbvio a todos, mas a História mostra-nos que não é tão óbvio assim... (ou "valores mais altos se alevantam", talvez [de certeza] a "glória de mandar" e a "vã cobiça"...) . No caso específico do cartoon, trata-se de uma questão ambiental demasiado séria para ser posta de lado e que é constantemente marginalizada pelos que mais podem fazer por ela (os tais "governments" de que fala) - e nestas questões ambientais nunca são culpados e tudo é feito em nome do dito "Progresso"...

Sem pretenções de moralista, apenas queria deixar esta minha posição, sem segundas intenções, nem terceiros interesses :o)

Já só faltavam mais estes...

Como se a polémica dos cartoons já não estivesse a ferver, agora temos a extrema-direita dinamarquesa a manifestar-se "para defender a liberdade de expressão e para mostrar o descontentamento relativamente à inércia dos políticos face à agressão dos muçulmanos à nossa liberdade de expressão" segundo disse Julius Boergesen, porta-voz da Frente Dinamarquesa. Sim, claro! e estão à espera que eu acredite! Em primeiro lugar, a liberdade de expressão já está a ser defendida (o PM dinamarquês já se recusou a pedir desculpas e o seu MNE anunciou à televisão ter recebido um pedido de desculpas das autoridades sírias pelos recentes eventos em Damasco). Ora se isto é inércia...
Em segundo lugar, o que é que esta meia dúzia de mafarricos (e digo isto porque esta manif juntou menos de cem pessoas) queria? Às tantas, formar uma milícia, tomar o poder e correr com os muçulmanos do país? Tenham dó!
Mas o mais interessante vem a seguir!!! Do outro lado da "barricada" houve uma manifestação de extrema-esquerda que procurou servir de resposta à da Frente Dinamarquesa e à qual se juntaram (vá-se lá saber porquê) os MUÇULMANOS DINAMARQUESES. E por esta alguém esperava??? Em Damasco queimam-se bandeiras e embaixadas...enquanto isso os muçulmanos em território dinamarquês saem-se com uma destas...
Haverá melhor exemplo de tolerância e harmonia? Podem-me chamar lírico mas a verdade é que a história já nos deu muitos exemplos como este. Digo isto porque terminei de ler há pouco tempo "O Cavaleiro da Águia" de Fernando Campos e embora este romance tenha como figura central Gonçalo Mendes da Maia, o autor vai revelando ao longo de toda a obra vários casos em que se vê como sociedades tão "diferentes" estavam, afinal, tão entrelaçadas. Para melhor ilustrar o que quero dizer aqui fica uma citação das notas finais do autor: "Na sociedade peninsular dos séculos XI e XII, a par dos horrores da guerra entre Cristãos e Árabes, entre cristãos e cristãos e entre árabes e árabes, há exemplos de compreensão e humanidade, de harmonia, alianças, casamentos com geração. Gonçalo Mendes da Maia tem sangue mouro nas veias, descendente que era de um rei cristão e de uma escrava moura, tal como o Comendador dos Crenres, seu opositor, Alî ben Tashfîn, filho de um sariano e de uma escrava cristã de rara beleza."
Para terminar vou colocar no meu audio clip a música "Don't give hate a chance" da minha banda preferida (Jamiroquai) para ver se acabamos DE VEZ com que estas "tensões"!

sábado, fevereiro 04, 2006

Homofobia caviar


"É-me bastante indiferente esta polémica sobre o casamento para homossexuais, que não penso que toque nada de importante quer no que se adquiriu de tolerância na sociedade, quer no que não se adquiriu. E aqui tolerância é o direito de cada um viver como entende.

Mas, poucas coisas conheço mais conservadoras do que reivindicar o “casamento” para os homossexuais. Nem mais nem menos do que o “casamento”, essa sobrevivência na lei do mandamento cristão-católico. Se a reivindicação fosse feita à Igreja, para um acto religioso por parte dos crentes, ainda se entendia. Mas exigi-lo ao Estado, dá como resultado reforçar-se ainda mais a centralidade da instituição “casamento” nas relações afectivas, e isso parece-me conservador, para não dizer outra coisa. O que é que se espera no “casamento” que não se tem na união de facto? A obrigação contratual de “fidelidade”?

Sou avesso a que o Estado legisle muito sobre intimidades, afectos e modos de vida. Isto de se valorizar a diferença, de se andar a dizer “todos diferentes, todos iguais”, só tem sentido quando de facto valorizamos a diferença e não quando queremos que se normalize a sociedade, se mate a diversidade. E quanto aos argumentos legais, se é assim, então por que não se aceita a poligamia na ordem jurídica? Mormons e muçulmanos não têm direito à sua visão do mundo? Podem ser discriminados por razões religiosas? Não é contra a Constituição?"

José Pacheco Pereira

Depois da homofobia tolerante vem a homofobia caviar, confesso-me surpreendido pela diversidade existente na patologia.
Vamos lá ver com que nos brinda o caro JPP, apesar de tudo estas duas vertentes apresentam alguns sintomas iguais, ambos começam por um discurso surpreendente e tolerante. Neste caso é reconhecida a tolerância como o "direito de cada um viver como entende".
Logo a seguir ataca a patologia e vem um "Mas" que significa que o paciente está a ter uma recaída, nestes casos recomenda-se a imediata medicação não vá a patologia agravar.
Nada feito, não havia medicamentos por perto e resta-nos agora elaborar o relatório dos sintomas que se manifestaram:
Já possuído pela doença este afirma que o reivindicar do casamento para os homossexuais é um acto conservador, porque até compreendia que este fosse exigido à igreja, mas ao Estado é que não, que homossexualidade estranha esta que reivindica a patente da afectividade, a formalização e obrigação contratual de fidelidade.
JPP não quer que o Estado legitime o casamento pois assim está a arruinar a diversidade, ou seja a contemplação da diversidade na lei é contraproducente para a própria diversidade.
Depois de se indignar com o acto conservador de requerer um casamento homossexual, eis que apela precisamente ao nosso conservadorismo para compreendermos que nem tudo pode estar abrangido pela lei. Sendo que recusar o direito ao casamento é tão natural como não aceitar a poligamia. Questiona-nos, já com febre alta, se não será que ao não contemplarmos as visões dos Mormons e Muçulmanos não será inconstitucional.

Elaborado o relatório dos sintomas, vou agora elaborar o relatório onde mostro as vantagens do tratamento e como seria uma vida livre da doença que assola gente de mais, é um caso de saúde pública diga-se.

Ora, se JPP estivesse curado a questão da homossexualidade não lhe seria indiferente, aliás na própria patologia não o é, simplesmente este é contra o casamento. Continuaria a ter a mesma opinião sobre tolerância mas depois disso não dizia mas, não tentaria usar a imagem liberal a que está associada homossexualidade para hipocritamente estranhar que um casal homossexual queira aderir ao conservador casamento. Teria a sensatez de reconhecer que o casal procura direitos e não uma visão conservadora do amor, não se embrulharia neste imbróglio de conservadorismo para depois não lhe incomodar que o casal requeresse o casamento à Igreja que é ainda mais conservador, sabendo perfeitamente que a igreja recusaria e que mesmo que esta reconhecesse o casal continuaria diminuído nos seus direitos se o Estado não reconhecesse.
Não faria o raciocínio tosco de que a legislação aniquilaria a diferença, seria honesto e reconheceria que a legislação não impunha nada, apenas concedia que, individualmente e livremente, se pudesse desenvolver a sexualidade tendo plena consciência que essa opção não diminuiria nunca os seus direitos.
A aversão a que o Estado legisle já faz parte de outra patologia, mas quanto ao legislar sobre a intimidade também é falso pois este não se indignou aquando do seu casamento nem com as regalias que o Estado lhe confere por decisão tão especial da sua intimidade.
Em relação à questão dos Muçulmanos e Mormons, este diria que esses são argumentos infundados pois tratam-se de núcleos religiosos e que devido à (utópica?) laicidade do nosso Estado não seria legislável tal coisa. Reconheceria que esse era um argumento tosco perante a questão da homossexualidade que não está de forma alguma ligada a alguma crença religiosa, bem pelo contrário...

Conclusão:
É preciso apostar na saúde, estes casos são comuns e não existem estudos conclusivos quanto á sua transmissibilidade,


Olhem pró que lhes havia de dar...

Como adepto de futebol que sou, achei piada a um artigo que encontrei e para o qual deixo aqui o link. Clubites à parte (sou do Benfica) poder-se-ia dizer a mesma coisa dos penteados ou tatuagens do Simão ou então do triâgulo do Ronaldo etc. etc. Ficam alguns dos exemplos mais representativos dos que nem precisam de saber jogar para serem notícia.

Salve-se quem puder

Li este excelente artigo no blogue o Quarto Poder, excelente porque é bastante factual e mostra como os E.U.A. são os grandes responsáveis na deterioração da América do Sul, neste caso específico da Colômbia.
Do extenso artigo ressaltam alguns factos:
- Corrupção generalizada no poder
- Movimentos guerrilheiros de esquerda, as F.A.R.C.
- Um governo corrupto apoiado pelos E.U.A
- Chacinas nos meios urbanos que se devem a disputas entre gangs e a polícia do Estado
- São arbitrariamente largadas substâncias quimicas na selva com o objectivo de atingir os guerrilheiros, desnecessário será dizer que já apareceram pessoas inocentes com deformações

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Censura...não obrigado

Cara Helena,

1. A generalização que se faz das situações é da responsabilidade do leitor discernir e pensar, eu tenho alertado para a desresponsabilização das massas e do fazer crer que tudo o que se passa é exterior a nós e apenas da responsabilidade de nichos da sociedade. Não somos fantoches e nem quero pensar que o somos.
O problema não está na associação de caricaturas, o problema está em associar isso aos movimentos de ódio anti-semita, neste caso foram caricaturas que criaram um movimento solidário não contra o Islão mas em prol da liberdade de expressão. Ultimamente tem sido táctica associar tudo o que seja desfavorável a movimentos anti-semitas, pretendendo associar movimentos racionais e críticos à xenofobia pura e dura...nesse aspecto alerto a Helena porque se, por acaso, não concorda com a guerra no Iraque já foi associada ao anti-semitismo.
Como se não bastasse, atente para o pormenor de que aqueles que são contra a guerra (como eu) e que acharam que se lançou uma campanha em que se tentava “demonizar” o Islão, perceberam que um coisa é o campo de acção outra é o campo da palavra, e na palavra por muito que possa custar tem de haver liberdade.
Ora aí está a associação, a meu ver, errada que foi feita:

"Seremos alguma vez capazes de trocar as voltas aos mecanismos do ódio?"

2. O Humor raramente é inocente, o humor tem sido a arma de crítica a vários sectores da sociedad, e se uma vez nos agrada e outra não, ele é livre e deve continuar a ser.
Agora imagine que por acaso não achava que o cartoon da escola de terroristas era leve e bem disposto, acha-se no direito de censurar a publicação que eu faço no meu blogue?
Não será essa a grande questão?

3. Cabe a eles avaliar o grau de ofensa? Ou cabe a cada um fazer o seu juízo?
Não caberá a "eles" fazer o seu juízo e a "nós" o nosso?
E sendo que esta é uma ofensa para aquela religião em particular, que a meu ver não é, e tenho todo o direito de pensar assim, isso não concede o direito de censura.
E eu ateísta, não me posso sentir ofendido com os princípios do Islão, não tenho direito a censurá-los? Mas isto é uma democracia laica ou uma teocracia?

4. Eu também acho que devemos ter bom senso e sentido de responsabilidade mas não me parece que tenhamos chegado a um consenso quanto ao bom senso e ao sentido de responsabilidade neste caso em particular.
Não será a melhor maneira de evitar tendências de imposição salvaguardar a liberdade expressão?
E se amanhã me apetecer desenhar o Sócrates a fazer o pino ou pô-lo a roubar o dinheiro dos funcionários públicos e de costas para o fisco? E o aparelho do PS achar que é insultuoso para o seu grande líder e que eu devo ser censurado? Como é? Muito cuidado não vá o azar bater à vossa porta...

Porque...

...somos contra a guerra no Iraque e Afeganistão, contra o imperialismo, contra o racismo, contra a homofobia e a favor da liberdade de expressão, a imagem polémica do profeta vai estar por cima do cabeçário deste blogue.