sábado, junho 24, 2006

China esse estupefaciente para neoliberais

A propósito do iPod e da sua concepção na China, surgiu um debate interessante, não porque fosse muito bom mas porque nunca imaginei ver neoliberais deliciados com um regime comunista.
Existe um veneno para ratos (Racumin) que os impele de forma incrível, esse veneno exerce uma atracção sexual sobre o desgraçado tão forte que este vai de encontro ao local mesmo na presença de um ser humano. E porque é que eu mencionei isto, porque existem grandes semelhanças entre este caso e do amor neoliberal pela China, com a diferença de que num caso quem se lixa são as ratazanas que são atraídas ao local e no outro quem vai ao local é que lixa as ratazanas que por lá andam.

(ratazana chinesa, desarmada e magra, como se quer)

Será o neoliberal uma ratazana? Não, é apenas um ser humano com sentido de lucro...nada mais.
Reparo também que o neoliberalismo é uma ideologia versátil, isto porque os regimes políticos são todos bons desde que permeáveis à erosão dos direitos individuais em benefício do lucro de uns apaixonados, românticos e fogosos capitalistas, sempre prontos para "fazer amor" (ou foder, como queiram) [com] os trabalhadores.

Tal como nos problemas de Portugal, temos de voltar ao paleolítico para perceber a origem deste retrocesso mental que é defender a decadência do ser humano em prol de uns iluminados. Ora no paleolítico vivia uma espécie evoluida (quando comparada à actual) visto que existia uma verdadeira meritocracia, isto porque aqueles que produziam os artefactos (bens) eram os primeiros beneficiários dos mesmos. Havia uma ligação justa entre produzir e ser beneficiado por essa mesma produção, agora arranjamos um sistema sofisticado de roubo, em que em função de números e especulação sobre os mesmos conseguimos por quem trabalha a viver na miséria e quem coça a micose a gerir os lucros dessa mesma produção. O ser humano da actualidade vive fascinado por quem consegue tal sofisticação e ainda justificar tudo baseado (veja se lá) na meritocracia, vivemos fascinados pela aldrabice e ambicionamos sempre subir os padrões da mesma. O processo inteligente da actualidade não é o conhecimento, a descoberta ou processo de compreensão lógica e associativa da realidade é sim a forma como conseguimos manipularmo-nos mutuamente. Tenho sérias esperanças que o período actual venha a ser denominado pelos historiadores e sociólogos como "recticionismo", marcado pela audácia e astúcia de invadir os rectos uns dos outros sem no entanto deixar que se contraia o matrimónio.

(meritocracia paleolítica)

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