terça-feira, junho 06, 2006

Cavaco e o "lobby" gay



É demais evidente o desconforto em ver mulheres sentadas no parlamento, torna-se assim óbvio que este veto de Aníbal foi uma manobra engendrada juntamente com o "lobby" gay. Pelo menos podemos ficar reconfortados porque o casamento homossexual deve vir a ser aprovado, visto que as novas companhias de Cavaco são parte interessada. Aníbal também conhece a mulher dele e tem experiência na matéria, este terá pensado: "se elas não forem para lá de avental e de aspirador, o que vão lá fazer?"
A estas inquietantes perguntas Aníbal não conseguiu responder, logo o caminho a seguir era o do veto que era lógico e também porque os seus novos "amiguinhos" também não percebiam a vantagem de desperdiçar 33% do espaço da assembleia com mulheres.

Agora num registo sério:
Se lermos este artigo podemos tirar algumas ideias de como melhorar a lei da paridade, mais uma vez a melhor parece mesmo vir de Espanha. Uma ideia interessante vem de França e que consiste em subtrair "à subvenção estatal percentagem equivalente à fatia em falta na composição das listas." Diga-se que apesar disto os partidos preferiram receber menos dinheiro do Estado do que cumprir os requisitos da paridade, no entanto registaram-se evoluções. Na Suécia existe um mecanismo de auto-regulamentação e como toda gente sabe as mulheres suecas levaram aquele país à ruina, porra não queria ser sueco...coitadinhos a viver na miséria.
Em Espanha os intervalos concebidos para a paridade são sem dúvida os melhores, sendo que "o número de candidatos de cada um dos sexos não seja superior a 60 por cento nem inferior a 40 por cento." Já agora, descontando hermafroditas, havendo homens e mulheres como raio é que podemos ter menos de 40% de mulheres se tivermos menos de 60% de homens ou vice versa? Esta malta tem um sentido de humor... ou então menospreza a inteligência leitor.
Mas voltando ao assunto, a argumentação de Aníbal é lógica no entanto se fizermos um regsito de prioridades talvez fique mais claro o porquê deste veto continuar a ser injusto.

"A objecção de fundo que coloco ao mérito do diploma centra- se, precisamente, na circunstância de o seu artigo 3º, ao prever a possibilidade de rejeição das listas de candidaturas desconformes com o respectivo preceituado, se afigurar como um regime sancionador excessivo e desproporcionado e, como tal, desadequado para preencher os fins prosseguidos pela mesma legislação", considerou o Presidente da República na mensagem que enviou ao Parlamento."

Ok, tudo bem, mas se pusermos as duas situações que estão em jogo percebemos que este argumento peca por uma questão de prioridades. Assim sendo o que é mais grave? Um partido não poder apresentar a sua candidatura, ou o sexo feminino nem sequer ter 33% de representação parlamentar?
Para mim claramente a prioridade passa por garantir a segunda condição, sendo que mais de metade da população tem de estar representada no parlamento, e se eventualmente alguém está a pensar que os homens podem representar bem os interesses das mulheres no parlamento então analise-se a questão da lei da paridade em si...é, não é?? Pois é.

2 comentários:

Anónimo disse...

Ó João Dias, anda o homenzinho a sentir-se (e a ser) tão importante no exercício das suas magnas funções de Chefe Supremo da Nação, no seu inimitável estilo, hirto, rígido, pomposo, e já a malta (eu incluido, sempre e convictamente!), anda a bater nele. Que coisa! Pronto, mas gostei do seu post.

Nuno Guronsan disse...

Como não faço parte do clube de fãs do hirto e como não votei nele, obviamente que gostei das tuas palavras. E ainda nem passou um ano, quanto mais cinco (ou dez, no pior cenário possível)...