sábado, outubro 20, 2007

Quando o banditismo tem enquadramento legal

Bandido em Portugal é um "pilha-galinhas", e embora este seja efectivamente um bandido, parece-me que os portugueses estão pouco sensibilizados para outro tipo de bandidos que os lesam bastante mais. Assim, vejo-me obrigado a falar da instituição bancária Millennium BCP, recentemente conhecida por ter perdoado uma dívida ao filho de Jardim Gonçalves, agora o BCP recorre servindo-se da benevolência (activa) estatal para com a corrupção. Obviamente que esta denúncia parece ser uma jogada de bastidores nesta luta pelo poder no BCP, tanto que o boçal Joe Berardo já se apressou a pedir que o caso seja investigado. Mas essas querelas entre gente boçal, corrupta e corruptora não é parte vital e de interesse público. Aquilo que quero chamar a atenção é para o facto de o recurso do BCP ter enquadramento legal, ou seja, quem, independentemente de segundas intenções, trouxe a público a corrupção nesta instituição privada...deverá ser punido por lei. Mais curioso ainda, é que provavelmente não existe enquadramento legal que permita punir o claro favorecimento concedido a um descendente do Presidente do Conselho de Administração do banco em causa. Portanto, esta denúncia provavelmente até terá somente os efeitos desejados, servir intentos internos na luta pelo poder, mas sem consequências legais para estes prevaricadores da Lei.

Aliás se queremos compreender como estas injustiças vigoram na sociedade portuguesa, basta ler o relato de Cravinho para perceber que inactividade e complacência pouco se distanciam de corrupção activa.

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