quarta-feira, julho 09, 2008

Quebrar o hábito

Quebro aqui o hábito de falar sobre política para falar sobre Manuela Ferreira Leite, a líder do PSD que se afigura de carácter temporário, a própria já terá manifestado que se não ganhar as eleições não irá para a assembleia fazer oposição, coisa que se percebe perfeitamente dado que não tem ideias políticas. Mas como sobre política nada posso dizer sobre MFL, aproveito para falar da sua fraca capacidade de raciocínio lógico e conservadorismo moral envergonhado, a cidadã MFL não conseguiu arranjar um bom raciocínio para negar os direitos mais básicos a cidadãos homossexuais. Tentou associar o casamento e os benefícios associados ao pressuposto da procriação, acontece que os homofóbicos não estão isentos de obedecer à lógica, acontece que o casamento não tem pressupostos procriativos. O casamento é um contrato público em que duas pessoas assumem um compromisso amoroso formal (sublinho formal), não assumem perante o Estado nenhum compromisso de procriação, logo, o que MFL disse, além de asqueroso do ponto de vista intelectual e moral, é mentira.

Admito que esteja a fazer uma discriminação porque é uma situação que não é igual. A sociedade está organizada e tem determinado tipo de privilégios, tem determinado tipo de regalias e de medidas fiscais no sentido de promover a família". E a seguir especificou que essas medidas eram "no sentido de que a família tem por objectivo a procriação"

As ideias de MFL são más de mais, mesmo aplicadas a criação de porcos, o Estado não define os objectivos das familias, muito menos MFL, os casais definem para si o seu objectivo de vida, o Estado assume-se como "pessoa de bem" e simplesmente acompanha de forma positiva as opções das mesmas.

2 comentários:

antónio m p disse...

Creio que a senhora pariu aquela tese inspirada no que diz a Igreja Católica sobre os fins do casamento e que, popr essa ordem de ideias, aceita arespectiva anulação no caso da mulher ser infértil!

Não era de esperar que a senhora tivesse "sujado os olhos" a ler "A Origem da Propriedade, da Família e do Estado", de Engels, onde se explica que a razão do casamento, na História, é a regulação dos bens patrimoniais dos cônjuges, atendendo à importância que isso tinha e tem para as grandes riquezas.

João Dias disse...

Efectivamente, as intenções que MFL profere como sendo do Estado, são mais características de um Estado confessional, alguém lhe terá de dizer que, pelo menos formalmente, não estamos perante um Estado dessa tipologia.

Efectivamente as razões do casamento são bem mais "objectivas" do que emotivas, o acompanhamento na "saúde e na doença" fica ao critério do cônjuge, já a distribuição do património físico e financeiro tem intervenção Estatal, portanto, se uma contextualização histórica o explica, também o presente dissipa as dúvidas.