segunda-feira, maio 19, 2008

"Baichar och padrõejinhos"

Os padrõezinhos lá para baixo é o que pretende este Governo. Cada vez mais baixos até chegar a um nível rasteirinho!
Depois de, no sábado, o jornal Expresso ter "descoberto" que o programa Novas Oportunidades (promovido e implementado pelo Governo) incorpora trabalhadores com situações precárias (Ah! de admiração), agora foi a vez do Jornal de Negócios destacar o facto de "há dez anos, o salário médio dos trabalhadores, com idades entre os 25 e os 34 anos, representar 96% do salário médio nacional. Desde então a situação salarial destes trabalhadores tem vindo a degradar-se e actualmente o seu salário médio é de 634 euros mensais, 87% do salário médio nacional, cujo valor é 726 euros."
Mas estes são valores médios e, como tal, convém lembrar que há quem ganhe muito menos do que isto. O mais preocupante continua a ser o facto de que todos estes "precários", quer aufiram acima ou abaixo da média apresentada, serem obrigados a:
1) pagar as contribuições da Segurança Social (que podem ir dos 50€ aos 200€ mensais e que, com toda a certeza, lhes possibilitarão uma reforma segura);
2) pagar o prémio anual do Seguro de Acidentes de Trabalho OBRIGATÓRIO para Trabalhadores Independentes (que oscila entre os 70€ e 150€, consoante a cobertura oferecida);
3) nalguns casos pagar o IVA.

Para mais esclarecimentos, visite-se o FERVE para ter uma ideia mais concreta de alguns testemunhos que lá são apresentados.

AMI helps those who help themselves...

...aqueles que não querem ser ajudados, têm que receber essa ajuda por outros meios.
Fernando Nobre diz que Birmânia recusou ajuda da AMI que pretendia auxiliar as vítimas do ciclone que há duas semanas abalou o país.
Uma vez que a AMI "não pode saltar de pára-quedas com a ajuda às costas", a organização está a ponderar enviar uma ajuda financeira de 10 mil euros, transferindo o dinheiro para o arcebispo de Rangum.

terça-feira, maio 13, 2008

Começa amanhã...


... o grandioso Festival de Cannes, que este ano abre com Blindness, adaptado a partir de "Ensaio sobre a Cegueira" de José Saramago, realizado pelo brasileiro Fernando Meirelles, e com um brilhante elenco. Apesar de ainda não ter visto nem este, nem nenhum dos outros filmes, espero que seja este a receber a Palma de Ouro. Ou então o Linha de Passe de Walter Salles.
Bons filmes!

quarta-feira, maio 07, 2008

The amazing adventures of Vieira da Silva



O Ministro do Trabalho e da Segurança Social está prestes a atingir um novo ponto máximo de sofisticação!

Após ter afirmado na TSF desconhecer a realidade dos 'falsos' recibos verdes nos CNO's, Vieira da Silva foi confrontado com esta realidade na interpelação ao Governo, promovida pelo Bloco de Esquerda.

Também o FERVE interpelou o ministro acerca desta questão no programa "Prós e Contras", ao que Vieira da Silva respondeu afirmando que o Governo cumpriria com as suas obrigações, tal como já o havia feito no passado.

Ora, o que o Governo está a fazer é a afastar liminarmente todos os técnicos a recibos verdes nos Centros Novas Oportunidades (CNO's) de gestão directa do IEFP, ou seja, tratam-se de CNO's de gestão directa do próprio ministério do Trabalho.

Para celebrar esta situação, Vieira da Silva irá estar na próxima sexta-feira no CACE Cultural do Porto, para proceder à entrega de diplomas obtidos ao abrigo do programa Novas Oportunidades. Apelamos a que não deixem esta incongruência passar impune!

Esta situação é apenas um dos exemplos que começam a ocorrer na administração pública, onde existem mais de 100 mil pessoas a trabalhar a recibos verdes!

Via FERVE

terça-feira, maio 06, 2008

Maio 68 - Maio 08 (III)

Para ver 280 cartazes de Maio/Junho de 68 ir AQUI.

segunda-feira, maio 05, 2008

Vieira da Silva não fez as contas

"O ministro do Trabalho garante que a reforma será "neutral" do ponto de vista financeiro. O que se perde pela redução de um ponto percentual da taxa contributiva relativa a três milhões de trabalhadores é compensada pela receita adicional obtida com o aumento em três pontos da taxa correspondente aos 685 mil contratados a termo (a maioria dos quais, a prazo)."

3.000.000 x0.01= 30.000
685.000 x 0.03 = 20.550

Para os cofres do Estado:
20.550 - 30.000 = - 9.450

Estas contas agravam-se no sentido em que os 685 mil trabalhadores a prazo auferirão salários menores do que os 3 milhões de trabalhadores com contrato sem termo, assim, e mais uma vez, confirma-se que a reforma não é "neutral" do ponto de vista financeiro, porque efectivamente a participação do patronato nas contas do Estado diminui .

The Nuno Lopes Show

Depois da estreia d'Os Contemporâneos, ontem, na RTP1, confirmei uma suspeita que já tinha desde que ouvi falar do programa e do brilhante elenco de actores: este programa corre sérios riscos de se tornar num one man show protagonizado pelo extraordinário Nuno Lopes.

domingo, maio 04, 2008

Maio 68 - Maio 08 (II)

Uma boa peça de TV da autoria de Reinaldo Serrano, da SIC.

quinta-feira, maio 01, 2008

Maio 68 - Maio 08

Este blog comemora os 40 anos do Maio de 68. Vejam-se as semelhanças e diferenças com o(s) dia(s) de hoje.



sexta-feira, abril 25, 2008

Espírito de Abril

"Não percebo porque é que Abril não é unanimemente celebrado.
Aqueles que amavam e lutavam pela Liberdade, têm todas as razões para celebrar.
Aqueles que não amavam, não gostavam da Liberdade, tiveram finalmente oportunidade de fazer a tal viagem ao Brasil que andavam há tanto tempo a adiar."
Ricardo Araújo Pereira



quinta-feira, abril 24, 2008

O contorcionista

"O ex-ministro chamou ainda a atenção do Governo para o facto de esta penalização vir, provavelmente, a ser paga pelos trabalhadores.

"São os trabalhadores que vão ser vítimas desta medidas porque vão receber menos três por cento, porque têm que aceitar isso porque há desemprego", salientou."


Bagão Félix sobre aumento nas taxas sociais.

A forma que Bagão encontrou para contestar o aumento das taxas proposto pelo governo, foi a de salientar a (real) irresponsabilidade das empresas que ele pretende salvaguardar deste aumento. Só mesmo quem não tem espinha é que consegue fazer isto...

quarta-feira, abril 23, 2008

Não dão ponto sem nó

A propósito do novo código laboral o governo tem a cobertura mediática que queria, quase todos, sem excepção, apontam a penalização das taxas sociais relativas aos serviços prestados a recibos verdes, mas este governo não dá ponto sem nó. Acontece que, mantendo-se o cenário actual, existe uma diminuição real da contribuição dos empregadores/patrões em termos líquidos. Ora, os trabalhadores a recibos verdes (doravante abreviado para TRV) rondam os 900 mil (898 mil), a população activa situa-se nos 5.500 mil, podemos dizer então que:

900/5500= 16,4 % da população activa está a recibos verdes

Façamos um exercício conservador, vamos supor que os trabalhadores com contrato sem termo (doravante abreviado para TCST) ganham o mesmo que os trabalhadores a recibos verdes, e imaginemos que têm rendimentos na ordem dos 1000 euros mensais brutos.

1000 x .2375 = 237.5 € que pagavam os patrões por TCST ou TRV

1000 x .2275 = 227.5 € que pagarão por TCST

1000 x .2675 = 267.5 € que pagarão por TRV

Imaginemos uma empresa com 1000 trabalhadores que tem um rácio entre TCST e TRV igual ao rácio nacional:

164 x (267.5-237.5) = 4920 € representa o aumento que o patronato associado às taxas sociais relativas a TRV

836 x (237.5-227.5) = 8360 € representa a poupança que o patronato fará nas taxas sociais relativas a TCST

8360-4920= 3440 € ou seja, o patronato pagaria menos 3440 € do pagaria antes...menos dinheiro para os cofres do Estado.

Conclusão:

.Depois das empresas viciarem o mercado laboral com mecanismos injustos, o Estado dá-lhes um presente, isto porque se as empresas mantiveram a situação vigente ou mesmo piorando-a com cautela vêm a sua participação para com o Estado diminuir.

.Apesar da medida ser efectivamente considerada um estímulo para diminuir os números de índices de TRV, esta taxação não serve para diminuir os valores registados, porque, como se viu, os patrões pouparão dinheiro em relação a anos homólogos mantendo o rácio já vigente.

.Os valores auferidos pelos TRV serão, obviamente, bastante inferiores aos auferidos pelos TCST, o que indica que os gastos dos patrões para com salários ainda decairão mais do que aqui foi registado. Este exercício pretende salientar que, mesmo assim, é possível concluir com segurança uma diminuição da participação do patronato nas receitas do Estado.

. Se o governo queria efectivamente penalizar tinha duas hipóteses:

1. Propor um aumento na taxa associada a TRV e a manutenção da taxa associada a TCST.

2. Propor, como fez, uma aumento numa taxa e a diminuição noutra, mas para garantir que as empresas eram penalizadas pela situação vigente tinham de ter em conta o rácio entre os TCST e TRV e multiplicá-lo pelo rácio entre salários de TCST e TRV. Tendo esses dados, propor um aumento que fosse superior à diminuição num rácio superior ao rácio verficado anteriormente.

Exemplo:

Os trabalhadores a recibos verdes ganham 50% do que ganham os trabalhadores com contrato sem termo, ou seja o rácio entre salários de TCST e TRV é de 2.

2 x (.836/.164) = 10.195...

Propondo uma diminuição de 1% para a taxa associada a rendimentos de TCST, deveria-se propor um aumento de mais de 10.195% na taxa associada a rendimentos de TRV.

23.75%+10.195%=33.945%

Fazendo novamente as contas:

500 (50% de 1000) x .33945 = 169.73 € que pagarão por TRV
500 x .2375 = 118.75 € que pagavam por TRV

164 x (169.73-118.75) = 8360 € representam o aumento que o patronato terá de suportar em função da proporção de TRV na população activa

Ou seja, com estas taxas (supondo que os TRV ganham metade dos TCST) os impostos em relação a anos homólogos seriam iguais, bastava agora o governo subir mais do que 10.95% nos impostos associados a TRV para garantir a penalização da situação vigente.


P.S. Este post incidiu só sobre as boas notícias do governo, nem se atreve, por enquanto, a expor as más notícias que não aparecem na "imprensa cor-de-rosa" (sim, é um duplo trocadilho)

terça-feira, abril 22, 2008

Quero o meu nome no espelho de um F1

Atendendo ao facto de o Governo ter atribuído um subsídio de 2 milhões de euros a Tiago Monteiro e de Laurentino Dias considerar isso um "acto normal" (chegou mesmo a afirmar que o montante em causa, na Fórmula 1, corresponde "quase a um nome no retrovisor de um automóvel"), exijo, portanto, que o meu nome e dos outros contribuintes que ajudaram a pagar este subsídio apareçam no espelho retrovisor de um F1. Quem quiser ler a notícia pode fazê-lo AQUI.

segunda-feira, abril 21, 2008

sexta-feira, abril 11, 2008

"Human merchandise"







"The product is you
So just step on the facts
And come right through
The product is you (...)

If you stand up strait and fight the rules
We'll look back on those petty fools
Who will still continue to
Drown in it "

Flaw

quinta-feira, abril 03, 2008

Sr. Ministro, conhece o INE?

Perante ESTAS DECLARAÇÕES do ministro Mariano Gago, a única coisa que posso dizer é: "Fume menos ganza, consulte os dados do INE e ouça o ministro do trabalho!"
Ora aqui fica a tabela do Instituto Nacional de Estatítica que pulveriza a frase proferida pelo próprio ministro, quando afirma que "quase não há desemprego entre licenciados".


Ora isto em números redondos (para não serem só percentagens) dá cerca de 65.600 licenciados. E só a título de curiosidade, são mais 16,1% do que no final de 2006 e mais 1% que no final do terceiro trimestre de 2007.

O ministro do trabalho, Vieira da Silva, só entra nesta confusão porque afirmou hoje que "um licenciado demora, em média, oito meses a encontrar emprego". Ora, se demoram este tempo a encontrar emprego, é porque existem.

O direito único de gerar dinheiro do nada

segunda-feira, março 31, 2008

Vale a pena ver...

... o documentário "Por favor votem em mim" que a RTP1 exibiu no sábado passado (às 00h25m), acerca de uma turma com crianças chinesas de oito anos e o seu "percurso" para serem eleitos Delegados de Turma. Com algumas partes que roçam o cómico, o adjectivo que encontro para melhor descrever este documentário é ATERRADOR!

Aqui fica a sinopse: "Numa escola primária da China os alunos aprendem o que é a democracia elegendo pela primeira vez o seu monitor.
Wahun é uma cidade da China do tamanho de Londres, onde foi feita uma experiência sobre democracia. Na escola primária de Evergreen, o terceiro ano aprende o que é a democracia, ao eleger pela primeira vez o monitor da classe. Três crianças são escolhidas pelo professor para candidatos e têm apenas alguns dias para fazerem a campanha e convencerem os colegas a votarem neles.
Este documentário acompanha as três crianças quer na escola quer em casa, onde os pais dão o seu melhor para terem a certeza de que eles ganham a eleição."



E aqui ficam os vídeos com legendas em inglês:









quarta-feira, março 26, 2008

Governação demissionária

José Rodrigues questiona Teixeira dos Santos no jornal da RTP1 se a descida do IVA não acabará por não se reflectir nos preços, dado que à semelhança da descida no IVA nos serviços associados aos ginásios os preços mantiveram-se e portanto aumentou-se o lucro para as empresas ao invés de descer o preço para o consumidor. Teixeira dos Santos, em resposta, apela à responsabilidade dos agentes económicos...

Para mim, um Ministro das Finanças cuja acção para salvaguardar os direitos dos consumidores/eleitores é fazer apelos, deve demitir-se no dia seguinte.


Legenda: Teixeira dos Santos durante o exercício do seu cargo político


A propósito de ginásios...
As mensalidades mais baratas dos ginásios rondam os 50 euros, ora podemos então ter uma ideia conservadora de quanto estes ganham com a descida de impostos.

21%-5%=16%

50 x 0.21= 10,5 €

50 x 0.16= 8 €

10,5 - 8 = 2,5 €

Ou seja, dos 10,5 euros que iriam para o Estado, para o SNS, para infra-estruturas públicas, educação... oito euros foram directos para o bolso dos empresários e cabe agora 2,5 € para o Estado. Com este rigor, este governo ou qualquer outro não tem qualquer moralidade para diminuir a despesa na saúde, na educação, no investimento público em geral. Esta actuação lesiva do interesse público merece o olho da rua.