No debate ocorrido na segunda-feira no programa Prós e Contras, apesar de claramente estar frente a frente a televisão pública e televisão privada, havia sempre vozes que sugeriam que isso não era o mais relevante. Pelo contrário considero isso o mais importante da discussão, afinal são modelos de gestão que estão em discussão, era tão relevante essa discussão que se evitava algumas barbaridades que foram ditas, houve duas que me chamaram à atenção, uma da parte de Pinto Balsemão e outra por parte do representante da Associação dos Telespectadores Rui Teixeira da Motta. Da parte de Pinto Balsemão por insistir em falar em concorrência desleal, logo aqui ressalta a necessidade de ter bem presente a noção das diferenças entre público e privado, permitir que no debate as coisas sejam constantemente postas nestes termos demonstra que claramente ninguém parece perceber bem o que é um serviço público, caso contrário teria feito o reparo à forma como Balsemão pôs a questão. Portanto um serviço público tem pressupostos diferentes, começando logo pelo facto de ser um serviço sustentado pelos impostos dos contribuintes, ora visto que existe uma fonte constante de rendimento por parte das estações televisivas públicas, estas têm de se preocupar não tanto em ganhar mercado, mas em satisfazer os requisitos dos contribuintes através de uma maior pluralidade sem no entanto descurar aspectos "pedagógicos". Uma estação televisiva pública tem de se preocupar em garantir um serviço de qualidade o que nem sempre é compatível com lógicas de mercado. Só aqui podemos perceber o erro crasso de se falar em concorrência desleal por parte de uma televisão pública a uma privada. Como se não bastasse, Balsemão tenta despertar as mentes colectivas procurando sempre questionar as prestações da televisão pública face aos custos que isso implica para os portugueses. Talvez o próprio debate seja a melhor resposta à razão pela qual a televisão privada não poderá substituir a pública, estávamos perante um debate em televisão pública aonde se debatia a própria televisão pública, este exercício de clarificação pública não ocorre numa estação privada, se por um lado contribuimos monetariamente para ter uma televisão pública, ganhamos também o direito de participar e de exiguir mais da mesma. Por outro lado, por parte da televisão privada não existe qualquer exercício deste tipo, funciona numa lógica de mercado onde a gestão da televisão e de conteúdos é alheia à vontade do consumidor (atentar que os níveis de audiência não espelham as exigências do consumidor).
Resumindo, Balsemão predispôs-se ao papel ridículo de participar num debate em televisão pública e propôr fim da mesma, bem acompanhado à sua esquerda pelo homem que tentou fazer isso no seus tempos de ministro (Morais Sarmento).
Por outro lado Rui Teixeira da Motta, apesar de algumas críticas interessantes, disse algo com o qual não concordo minimamente sugerindo que o telespectador não quer saber se é privado ou público, quer é programas de qualidade. Um telespectador mais atento já percebeu concerteza várias diferenças que resultam das diferenças entre estes modelos de gestão, sendo que ressalta o preponderância que o telespectador tem na televisão pública face à sua fraca influência no rumo de uma estação privada. A prova de que os modelos de gestão abarcam diferenças na qualidade de programação está em que temos debates mais plurais em estações públicas, temos o canal dois que claramente é o canal mais capaz de fornecer alguma formação cultural, temos o programa mais corrosivo para a agenda política denominado Contra Informação, temos o programa Voz do Cidadão que divulga as reclamações dos telespectadores (aonde já vi pedidos por mais pluralidade nos debates políticos). Temos mais diversidade e somos "accionistas/consumidores" desta empresa, somos parte interessada e somos consumidores, o sucesso e qualidade da televisão pública passa por nós também, já a privada...
Resumindo, Balsemão predispôs-se ao papel ridículo de participar num debate em televisão pública e propôr fim da mesma, bem acompanhado à sua esquerda pelo homem que tentou fazer isso no seus tempos de ministro (Morais Sarmento).
Por outro lado Rui Teixeira da Motta, apesar de algumas críticas interessantes, disse algo com o qual não concordo minimamente sugerindo que o telespectador não quer saber se é privado ou público, quer é programas de qualidade. Um telespectador mais atento já percebeu concerteza várias diferenças que resultam das diferenças entre estes modelos de gestão, sendo que ressalta o preponderância que o telespectador tem na televisão pública face à sua fraca influência no rumo de uma estação privada. A prova de que os modelos de gestão abarcam diferenças na qualidade de programação está em que temos debates mais plurais em estações públicas, temos o canal dois que claramente é o canal mais capaz de fornecer alguma formação cultural, temos o programa mais corrosivo para a agenda política denominado Contra Informação, temos o programa Voz do Cidadão que divulga as reclamações dos telespectadores (aonde já vi pedidos por mais pluralidade nos debates políticos). Temos mais diversidade e somos "accionistas/consumidores" desta empresa, somos parte interessada e somos consumidores, o sucesso e qualidade da televisão pública passa por nós também, já a privada...
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