O barulho da recente crise não tem deixado "ouvir" tudo, mas alerta-se que os sinais "positivos", apontados pela direita neoliberal ortodoxa, do capitalismo são na realidade sinais alarmantes para o futuro. Paulo Pinto Mascarenhas, por exemplo, menciona que "As soluções estáveis e duradouras continuam a encontrar-se no mercado – e não no Estado. Como pudemos assistir ainda há poucos dias, numa notícia aliás publicada no Negócios, das ruínas verdes do Lehman Brothers nasceram as cores azuis do Barclays. Falta saber o que irá acontecer aos cerca de 10 mil trabalhadores da empresa falida..." Vou até negligenciar a "hiper-sensibilidade social" de PPM ao falar de um belo exemplo de capitalismo em que o destino de 10 mil trabalhadores fica por saber...pormenores sem relevância. Este sistema autofágico em tempo de crise, que relembra o belo espírito selvagem dos seres que devoram outros seres combalidos, é na realidade um sistema em que a refeição somos nós consumidores, porque na realidade o prato principal ainda está para ser servido. É lógico que a ideia de adquirir outros sectores em crise serve apenas para garantir uma posição privilegiada no mercado, com o aprofundar da crise estes negócios crescerão e com a concorrência desfeita até pode acabar a crise do sector financeiro, mas não a de quem precisa dos produtos financeiros, não a de quem trabalhava para esses sectores financeiros.
terça-feira, setembro 30, 2008
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