Todas as realidades que se legitimam somente no pretexto de ser uma tradição, levantam-me sérias dúvidas da sua utilidade. Uma das coisas que ainda hoje considero estranho, é se será a melhor maneira de integrar alunos recém-chegados ao ensino superior submetê-los a humilhações públicas? Provavelmente sou eu que não conheço a psique do ser humano, ou pior, eu não tenho a psique do ser humano, porque se alguma vez fosse humilhado por tipos vestidos com capas pretas (de gosto duvidoso) acho que não ia fazer muitos amigos, já inimigos...
A questão da praxe tem um problema central, é que supõe-se que seja um ritual de humilhação consentido, uma espécie de "bondage à portuguesa", o "caloiro" é submetido a algumas tarefas de humilhação consentidas. Agora pergunto-me, será que existe algum clima especial nas universidades? É que é mesmo difícil encontrar gente nas ruas que se predisponha a ser humilhada em público, e nas universidades são jovens aos "magotes" predispostos à patetice generalizada. É mesmo uma sorte dos diabos... A realidade é que mesmo a praxe consentida não está isenta de condicionamentos psicológicos, ou seja, os novos alunos querem inserir-se, estão vulneráveis e os outros, como bons samaritanos que são, aproveitam-se disso para exercerem rituais de humilhação aos quais uma pessoa confiante e integrada não se sujeitaria. A lógica da praxe é aberrante e, infelizmente, um pouco portuguesa, assim que sentimos algum poder/supremacia aproveitamos para ser os tiranos que tanto dizemos abominar, é um exorcismo que apenas perpetua a podridão dos fracos de espírito. O poder seduz os fracos, porque são esses que esperam do poder a capacidade de se transformar, de se transcender mas acabam por esbarrar na tirania, porque é isso mesmo que os fracos (0s da cabeça, claro) têm para oferecer.
Obviamente que existe praxe consentida e de livre vontade, e existe quem, de facto, se divirta com isso, mas não é com esses que temos de nos preocupar...é com estes.
A questão da praxe tem um problema central, é que supõe-se que seja um ritual de humilhação consentido, uma espécie de "bondage à portuguesa", o "caloiro" é submetido a algumas tarefas de humilhação consentidas. Agora pergunto-me, será que existe algum clima especial nas universidades? É que é mesmo difícil encontrar gente nas ruas que se predisponha a ser humilhada em público, e nas universidades são jovens aos "magotes" predispostos à patetice generalizada. É mesmo uma sorte dos diabos... A realidade é que mesmo a praxe consentida não está isenta de condicionamentos psicológicos, ou seja, os novos alunos querem inserir-se, estão vulneráveis e os outros, como bons samaritanos que são, aproveitam-se disso para exercerem rituais de humilhação aos quais uma pessoa confiante e integrada não se sujeitaria. A lógica da praxe é aberrante e, infelizmente, um pouco portuguesa, assim que sentimos algum poder/supremacia aproveitamos para ser os tiranos que tanto dizemos abominar, é um exorcismo que apenas perpetua a podridão dos fracos de espírito. O poder seduz os fracos, porque são esses que esperam do poder a capacidade de se transformar, de se transcender mas acabam por esbarrar na tirania, porque é isso mesmo que os fracos (0s da cabeça, claro) têm para oferecer.
Obviamente que existe praxe consentida e de livre vontade, e existe quem, de facto, se divirta com isso, mas não é com esses que temos de nos preocupar...é com estes.
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