terça-feira, dezembro 18, 2007

Diz que é uma espécie de Europa democrática

Quando os líderes são "pobres" lá nos vemos obrigados a discutir as bases mais elementares de democracia, aquelas que em bom rigor não seriam alvo de argumentação mas sim a sua base.
Ora soam as trombetas, faz-se uma megafesta em quanto ao mesmo tempo se diz em voz alta que são tempos conturbados, temos acelerar o processo de ratificação do Tratado de Lisboa, a Europa precisa dessa mesma ratificação para ser salva. Quando os alarmes soam, da política para a realidade, em cima da hora, de repente, abruptamente, alertando-nos para uma tarefa que é preciso cumprir...a questão é sempre a mesma, pedem-nos a nossa irracionalidade, o nosso medo para aceitarmos o que racionalmente seria inaceitável. Ora, desta vez pedem-nos que abdiquemos da democracia participativa, lá nos contam uma mentirinha, dizem que a democracia representativa é igual à democracia participativa. Ora a matemática da realidade é esta:

D.P. >>> D.R.
D.P./D.R.= infinito

Ou seja a democracia participativa é infinitamente mais democrática que a democracia representativa, a democracia representativa existe por várias razões lógicas, por exemplo, porque não é temporalmente exequível que as pessoas decidam directamente sobre todas as matérias, é por isso que delegamos poderes, mas nunca os oferecemos...não em democracia.
Obviamente que aceitamos ser representados, a questão é que quem nos representa, "apenas" nos representa, não adquiriu o poder para nos poder ignorar, adquiriu o poder da decisão vigiada. É fácil perceber a relação desigual entre democracia representativa e participativa, Durão foi democraticamente eleito para representar Portugal em 2002, Durão não foi eleito para desrespeitar os 80% dos portugueses que se opunham à guerra no Iraque. Não existem razões lógicas para os líderes evitarem a democracia participativa, foi essa mesma que os elegeu, não é sério que alguém que aceitou a democracia participativa no momento de ser eleito, a menorize mais tarde usando os poderes que lhe foram concedidos por essa mesma tipologia democrática.

Logicamente defendo o referendo, e defendo o referendo independentemente do resultado, aliás que melhor bálsamo para o Tratado do que a ratificação popular, por outro lado, porque haveríamos de recear a opinião dos Europeus?

Belmiro, um democrata compulsivo, adianta que 'Referendo ao Tratado de Lisboa é "supérfluo"'

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