Existe uma curiosa disputa entre Marcelo Rebelo de Sousa e Francisco Louçã, disputa essa disponível no You Tube. O mais curioso é que o "intelectual" Rebelo continua com alguns tiques Salazarentos, esses tiques são uma atroz incapacidade para contra-argumentar, a contra-argumentação tem um pressuposto base que é o de responder ao argumento colocado, caso não o faça falamos de um novo argumento que muitas vezes serve para não ter de abordar o anterior. Quando os intelectuais da nossa direita apresentam esta incapacidade, acho que diz bem de como a nossa direita ainda tem resquícios vívidos da tradição anti-democrática, simplesmente ainda não adquiriram a natural disponibilidade democrática para trocar argumentos com quem apresenta argumentos diferentes.
Mas vejamos os vídeos por ordem:
Mas vejamos os vídeos por ordem:
A lei não está a ser aplicada
Francisco Louçã responde a Marcelo Rebelo de Sousa
Resposta a Francisco Louçã
Para já se atentarmos nas palavras de Marcelo no primeiro vídeo, ficamos a saber que ele tem "muito bom amigo" que diz "...tu tens razão quanto ao voto, de facto, de um lado a vida humana de outro uma escolha deste genéro sem justificação, sem causa...é pesado."
Para já ficamos a saber que "muito bom amigo" do Marcelo é estúpido, por outro ficamos a saber que Marcelo tem uns amigos que, tendo uma opinião diferente, têm uma argumentação muito conveniente à causa do Marcelinho. Eu desconfio sinceramente que Marcelo com tantos livros que lê não tenha tempo para ter "muito bom amigo", logo não será que ele tem uns amigos imaginários que dizem o que ele quer ouvir?? Salazar também pensou que estava no poder, mesmo quando não estava, há aqui um padrão qualquer...
De seguida brinda-nos com os seus discursos populistas, fáceis e baratos, aparentemente está preocupado com a não aplicação de uma lei mais abrangente, ou seja o rapaz que defende a despenalização e não a liberalização está preocupado que a mulher não seja punida, isto é tão básico que choca, mas é a direita que temos, e pelos vistos esta é a intelectual. A realidade é que Marcelo acha que à parte de algumas excepções previstas na lei, a mulher que livremente opte por abortar deve ser punida, simplesmente Marcelo não sabe como dizer isso de forma frontal, por isso tenta brindar-nos com aparentes incongruências do SIM, mas aonde apenas se descobre as suas. Além disso, se repararmos nas argumentações de Marcelo ele muitas vezes recorre ao "parece-me dificil que", "não me parece que", "dificilmente vai ser possível", ou seja especulação em relação ao futuro pouco consubstanciadas.
Entretanto Louçã responde, reconhecendo que houve algumas evoluções positivas por parte de Marcelo na abordagem à questão, no entanto continua a existir uma incongruência lógica que é a de defender a despenalização das mulheres em simultaneidade com a manutenção da lei vigente.
A resposta de Marcelo é talvez a demonstração cabal da incapacidade de Marcelo para ser um verdadeiro democrata e argumentar, opta então por não responder à questão.
Mas enfim, devaneios fora ficam uns argumentitos que são brincadeiras de português para parvo engolir, então Marcelo brinda-nos com esta bela parábola da Liberalização vs Despenalização de forma a cobrir a incoerência com que este nos brinda na sua argumentação. O truque está na palavra, a palavra liberalização para os mais desatentos sugere que vai haver IVGs com a criancinha quase a nascer, depois é uma palavra que foi introduzida no debate público já com uma carga negativa. Por que o que efectivamente vai acontecer é que a mulher vai ter a liberdade para até às dez semanas optar por prosseguir com a gravidez ou não, e isso meus caros é a liberalização até às dez semanas. Mas é um belo truque porque se falarmos na liberdade de escolha da mulher ainda se aceita, agora se dissermos liberalização (até às 10 semanas) o céu fica negro, e caem trovões. Portanto a questão que Marcelo joga é mesmo com a desinformação, visto que falando na liberalização até às 10 semanas pretende nada mais do que surja no debate a liberalização total (com a qual nem eu concordo). Marcelo apresenta-se assim como mais um populista de uma qualquer campanha do NÃO, apenas mais requintado e elaborado na patranha, portanto estamos perante um vigarista de estatuto médio. Porque sejamos claros, a liberalização até às 10 semanas vai acontecer, e assim o deve ser, a mulher dever ter a liberdade (daí a palavra liberalização) para poder optar no período compreendido entre as dez semanas.
Para já ficamos a saber que "muito bom amigo" do Marcelo é estúpido, por outro ficamos a saber que Marcelo tem uns amigos que, tendo uma opinião diferente, têm uma argumentação muito conveniente à causa do Marcelinho. Eu desconfio sinceramente que Marcelo com tantos livros que lê não tenha tempo para ter "muito bom amigo", logo não será que ele tem uns amigos imaginários que dizem o que ele quer ouvir?? Salazar também pensou que estava no poder, mesmo quando não estava, há aqui um padrão qualquer...
De seguida brinda-nos com os seus discursos populistas, fáceis e baratos, aparentemente está preocupado com a não aplicação de uma lei mais abrangente, ou seja o rapaz que defende a despenalização e não a liberalização está preocupado que a mulher não seja punida, isto é tão básico que choca, mas é a direita que temos, e pelos vistos esta é a intelectual. A realidade é que Marcelo acha que à parte de algumas excepções previstas na lei, a mulher que livremente opte por abortar deve ser punida, simplesmente Marcelo não sabe como dizer isso de forma frontal, por isso tenta brindar-nos com aparentes incongruências do SIM, mas aonde apenas se descobre as suas. Além disso, se repararmos nas argumentações de Marcelo ele muitas vezes recorre ao "parece-me dificil que", "não me parece que", "dificilmente vai ser possível", ou seja especulação em relação ao futuro pouco consubstanciadas.
Entretanto Louçã responde, reconhecendo que houve algumas evoluções positivas por parte de Marcelo na abordagem à questão, no entanto continua a existir uma incongruência lógica que é a de defender a despenalização das mulheres em simultaneidade com a manutenção da lei vigente.
A resposta de Marcelo é talvez a demonstração cabal da incapacidade de Marcelo para ser um verdadeiro democrata e argumentar, opta então por não responder à questão.
Mas enfim, devaneios fora ficam uns argumentitos que são brincadeiras de português para parvo engolir, então Marcelo brinda-nos com esta bela parábola da Liberalização vs Despenalização de forma a cobrir a incoerência com que este nos brinda na sua argumentação. O truque está na palavra, a palavra liberalização para os mais desatentos sugere que vai haver IVGs com a criancinha quase a nascer, depois é uma palavra que foi introduzida no debate público já com uma carga negativa. Por que o que efectivamente vai acontecer é que a mulher vai ter a liberdade para até às dez semanas optar por prosseguir com a gravidez ou não, e isso meus caros é a liberalização até às dez semanas. Mas é um belo truque porque se falarmos na liberdade de escolha da mulher ainda se aceita, agora se dissermos liberalização (até às 10 semanas) o céu fica negro, e caem trovões. Portanto a questão que Marcelo joga é mesmo com a desinformação, visto que falando na liberalização até às 10 semanas pretende nada mais do que surja no debate a liberalização total (com a qual nem eu concordo). Marcelo apresenta-se assim como mais um populista de uma qualquer campanha do NÃO, apenas mais requintado e elaborado na patranha, portanto estamos perante um vigarista de estatuto médio. Porque sejamos claros, a liberalização até às 10 semanas vai acontecer, e assim o deve ser, a mulher dever ter a liberdade (daí a palavra liberalização) para poder optar no período compreendido entre as dez semanas.
2 comentários:
Basicamente o homem devia limitar-se a sugerir livros atrás de livros... E mesmo a fazer isso deixa um bocado a desejar, quanto mais numa questão séria como esta. Bem apanhado, João.
Abraços humorísticos.
Obrigado Nuno.
Sinceramente, às vezes, ainda me espanta que alguém conceituado como o Marcelo Rebelo de Sousa diga coisas destas.
Se calhar a verdade é que não há razões para Marcelo ser conceituado...mas enfim.
Abraços acinzentados (seja lá o que isso for, só sei que em inglês fica mais suspeito...).
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