segunda-feira, setembro 25, 2006

Compromisso da treta

Há quem teime em denominar o movimento de compromisso Portugal mas parece-me claro que este é o movimento da treta, um movimento com as propostas e queixumes habituais da direita.
É preciso flexibilidade laboral, a culpa é do Estado...enfim, miúdos mimados que se pudessem faziam uma vasectomia ao pai só para não terem de dividir nada com um futuro irmão.
Bem, mas vamos lá ver o que estes putos nos oferecem:

- revisão séria da Constituição da República, de modo a que esta deixe de colidir com as formas de contratação que as modernas relações económicas internacionais exigem.

-admitir a partir de 2006 a rescisão por iniciativa do empregador, com a contrapartida de uma indemnização crescente consoante a idade e o número de anos de casa do trabalhador.

- declaração de princípios na responsabilidade de gestores

- proposta de quebra do sigilo bancário mas com vigilância apertada para quem acede aos dados


Acho que basta ler as propostas para perceber porque é que este país não está na berra em termos de empresas e gestão. Ora vejamos algumas ideias:

- Propõe a alteração da constituição para flexibilizar o regime laboral mas depois anunciam uma "declaração de princípios" para a responsabilidade dos gestores, ou seja naquilo que afecta aos direitos laborais faça-se lei, naquilo que afecta à responsabilidade os gestores escreve-se uns rascunhos e logo se vê.

- Falam em flexibilidade laboral e depois cheios de "boa vontade" anunciam vantagens para quem tenha "muitos anos de casa"...acho que nem preciso de dizer mais nada. Além disso por iniciativa do empregador o que é salutar, por acaso, já agora, também gostava de um regime laboral em que os trabalhadores estipulassem os seus salários, também me parece boa ideia. Ou seja, estas medidas são excelentes para manter os mais velhos no desemprego e desincentivar o empregador a ter trabalhadores por longos períodos, visto que se por alguma razão os quiser despedir vai ter mais encargos do que com um trabalhador novo e sem emprego estável.

- A proposta de quebra do sigilo bancário até me agrada (é um das minhas principais causas) mas, claro, se aprofundarmos um bocadinho percebemos que é fogo de vista, estes preconizam este mecanismo num sistema em que quem investiga é o principal suspeito, além disso já oiço isto há muito tempo e já sei que nunca vai chegar aos off-shores ou até que vá chegar a lado algum.

O compromisso Portugal é assim um compromisso da treta de uns desiludidos com o 25 de Abril e que não podem nem sequer com as poucas responsabilidades que têm para com a sociedade, esperam tudo da sociedade civil e não querem retribuir com nada. São miúdos mimados que nunca cresceram, só que agora querem brincar com os direitos e liberdades das pessoas...

sábado, setembro 23, 2006

Thank you very nice!

O João já assinalou a efeméride mas apeteceu-me postar as estatísticas que fizeram com que atingíssemos as 10.000 visitas em 7 meses e meio.
Quero apenas deixar uma palavra de agradecimento a quem por aqui passou, comentou e se deu ao trabalho de nos aturar! Já agora, agradeço também aos ex-postadores Joana e Pedro que durante alguns meses nos acompanharam! Finalmente, agradeço ao João e a mim próprio pelas horas que aqui passámos a postar, a comentar e a discutir com os que o quiseram fazer!
Venham mais 10.000!

10000

Este blogue congratula-se pelo facto de ter recebido 10000 visitas e congratula-se a si mesmo e a mais ninguém. As visitas deste blogue são na esmagadora maioria dos seus autores, por isso, obrigado Rui e obrigado a mim.

Pop it

POP IT

sábado, setembro 16, 2006

Nova fórmula ecuménica "Ratzinguiana"



Basicamente os novos postulados do ecumenismo aconselham de forma veemente a menosprezar o Deus de outra religião, isto tem um efeito de extrema importância e que basicamente resume-se na reunião dos entusiastas desse mesmo Deus à volta de uma fogueirinha. Enfim, o convívio...à volta da fogueira, tipo escuteiros.
Já agora, tenho uma proposta ecuménica a fazer, basicamente consiste em reunir os líderes de todas religiões e cada líder religioso opinaria sobre todas as religiões menos a sua, aliás posso fazer aqui uma antevisão da argumentação sólida e troca de pontos de vista salutar:


- O seu Deus é mau
- Não, o seu é que é
- Olha-me este, concepção imaculada, só se usaram guardanapos
- É imaculada quando comparada com o sangue que jorra dos vossos suicidas
- Epá e tu que não dizes nada, o teu Deus é um badocha e vê lá se começas andar à porrada que essa treta pacifista não engana ninguém vocês fumam daquelas coisas que nós fazemos no Afeganistão
- OMMMMMM
- Epá vocês estejam calados que vocês não estiveram nas camaras de gás, nós é que somos os escolhidos
- Pois, por isso é que foram escolhidos para as câmaras de gás...Eheheh
- Eheheh
- OMMMMMM
- Vocês e o vosso tretagrama...

Legenda:
Budismo
Cristianismo
Judaísmo
Islamismo

quinta-feira, setembro 14, 2006

Você compraria...????









O pacto dos justiceiros



Este pacto da justiça entre PS e PSD mais parece uma jantarada de mafiosos à porta fechada.
Aliás tenho relatos de fonte segura....cof cof

Vito: "Hey Tony did you hear something about corrutpion?"

Tony:
"Corruption? I never heard nothing about corruption, I don't even know what corrution is Vito."

Vito: "You know something, we gotta "clean" Cravinho, is making to many questions. The bastard come here with some weird propositions about fighting corruption, I'm telling you we gotta give this guy some "rest"."

Ou seja aonde é que eu quero chegar, pois claro é que o Vito e Tony nunca se iriam reunir para discutir como combater o crime e corrupção, logo o PS e PSD também não. A corrupção é como a tradição de Barrancos, deplorável em todos os aspectos éticos e no entanto está enraizado no "ser português", e não se pode perder tal hábito, era uma tristeza perder as tradições desta terra.
A corrupção é um mal visceral das terras lusas ao ponto de termos legislação complacente com tal acto, basta dizer que levantar o sigilo bancário é mais difícil que levantar o menir de Obélix, relembre-se como o governo de Durão Barroso "limpou" a equipa que lançou o caso apito dourado e atente-se no teor das escutas do mesmo caso e como estas foram consideradas insuficientes. A corrupção é o modo de vida de quem não quer prestar um serviço condigno à sociedade, de quem descobriu a complacência do Estado perante esta forma de acumulação de capital. As autarquias são veículos para quem sonha através de um orgão público relançar o seu negócio.
Agora perante tudo isto encaixe-se o discurso da meritocracia, de tanto agrado na direita, e veja-se que na realidade é precisamente a negação da meritocracia que está em causa. De referir que a conjuntura de desemprego é bastante propícia à corrupção, basta pensar que é arma para uns e desespero para outros...

terça-feira, setembro 12, 2006

O verdadeiro 11 de Setembro

Apenas consigo assinalar um 11 de Setembro e esse é o do golpe de Estado no Chile, o outro ainda é nebulosa em que houve vítimas inocentes e ao que parece o 11 de Setembro ainda há-de ser prova de que a administração Bush até gosta de terroristas.
Loose Change não é um documentário surpreendente é apenas uma estalada no entorpecimento mundial, o acordar para a mais dura das realidades, e a realidade além de outras que podem vir a emergir é que os atentados ao WTC são uma espécie de arrastão mundial, os culpados já estavam traçados...
Aquilo que o documentário parece ter como prova inequívoca é que não há dados suficientes para se dizer que estão apurados os culpados, isto porque a investigação pode estar simplesmente estar a ser levada a cabo pelos culpados. Nada na investigação bate certo, tudo que vem a seguir ao 11 de Setembro assombra ainda mais a possibilidade de o próprio governo ser agente agressor. Aquilo que posso hoje assinalar é aquilo que parece ser verdade e isso cinge-se às vítimas di 11 de Setembro e ao golpe de Estado no Chile (patrocinado pelos E.U.A.)

sábado, setembro 09, 2006

Subscrevo inteiramente!

Visto que a preguiça continua a proliferar nas cabeças dos membros deste blog (ou pelo menos na minha) achei por bem dar um pontapé no marasmo! Tudo isto faria muito sentido se eu publicasse um texto meu MAS, em vez disso, (que já está muito visto) resolvi "plagiar" um dos textos da edição online do DN!
Boa leitura e aproveitem o resto do fim-de-semana!

São as notícias, estúpido!
João Miguel Tavares

A melhor forma que o Expresso arranjou, no último sábado, para mostrar pela primeira vez a sua nova cara foi pespegar com uma foto gigantesca de Francisco Pinto Balsemão na primeira página a ler a versão reformulada do semanário. A intenção deve ter sido óptima, e a hermenêutica profunda - ali, espalmada, a ligação entre o velho e o novo, o passado e o presente, com Balsemão a avalizar a transição com um sorriso de sete dentes brancos. Infelizmente, um patrão é um patrão, e só em Portugal é que existe esta mania de os enfiar nas primeiras páginas. Se não se acarinhasse mais a vaidade do que o dinheiro, perceber-se-ia que tais veniazinhas provincianas prejudicam o negócio: os jornais só sobrevivem com uma imagem de independência dos poderes, incluindo o do principal accionista. Pode não ser assim na realidade, mas, como se costuma aprender nas boas famílias, convém manter as aparências. Ora, para quem se queria mostrar rejuvenescido e imaginativo, aquela foto é um tiro no pé. Vem assinada por Ana Baião, mas o fotógrafo poderia ter sido José António Saraiva.

A chegada do Sol, o fim de O Independente e a revolução do Expresso representam o maior abanão na imprensa portuguesa dos últimos 15 anos, mas temo bem que o rumo continue por traçar. O Expresso e a sua reformulação gráfica são um bom exemplo de como se valoriza o acessório para não ter de encarar o essencial. O líder do mercado garante que esta é a maior mudança da sua história, mas o que promete ele? "Letra maior", "mais espaço entre linhas", "focos de informação directa e clara", "maiores fotografias", tudo isto em prol de um jornal "mais cómodo", "útil" e "alegre", três adjectivos que têm feito mais mal à imprensa do que a kriptonite ao Super-Homem. As reformulações gráficas transformaram-se na grande panaceia do jornalismo português. Mas, de um modo geral, elas só mascaram a falta de ideias editoriais. De nada servem cabeçalhos novos com velhos hábitos. O que faz falta em Portugal não são jornais mais bonitos. O que faz falta - muita falta - são jornais melhores.