Com o lema "Mudar de Rumo, Mais Emprego, Salários e Direitos", a CGTP encheu a Avenida da Liberdade e o seu líder diz que esta foi a "maior manifestação deste tipo que tivemos em Lisboa". Carvalho da Silva fez um discurso de mobilização contra o desemprego e por "políticas que ponham a economia ao serviço do desenvolvimento do país".
"A solução para os problemas do País e dos portugueses passa por romper com esta política", afirmou Carvalho da Silva, por entre críticas à atitude dos patrões que "aproveitam a situação para praticar ilegalidades de toda a ordem, aumentarem a exploração e a chantagem sobre os trabalhadores", ou dos que procuram "reduzir os custos do trabalho, reduzindo os salários e transferindo encargos para a Segurança Social", através do recurso ao lay-off. Carvalho da Silva não deixou de fora o aumento do número de empresas com salários em atraso nem o aumento das dívidas à Segurança Social e ao fisco.
"É preciso que os 550 inspectores do trabalho que são necessários possam entrar em funcionamento nos próximos meses, até porque não faltam candidatos em condições de desemprenhar essa função", disse Carvalho da Silva, em reacção à promessa do PS feita esta semana no parlamento de integrar 50 inspectores por ano até 2011, acrescentando a exigência que "a Autoridade para as Condições do Trabalho assuma as suas responsabilidades e combata com eficácia as ilegalidades patronais"
"Não podemos permitir que se façam mais favores ao patronato, reduzindo a taxa social única", defendeu o líder da CGTP, para quem a política seguida por sucessivos governos teve um caminho único de "pôr os trabalhadores a pagar e o grande patronato a lucrar, seja quando fizeram uma grande e injusta acumulação de riqueza, seja quando é preciso tapar os buracos da sua gestão ruinosa, como aconteceu recentemente no BPN e no BPP".
O líder da CGTP disse também que "é urgente acabar com os paraísos fiscais", e apelou à continuação da luta contra "os aspectos mais gravosos do Código do Trabalho, porque contribuem para um maior desequilíbrio das relações laborais nos locais de trabalho e para uma maior desregulação do mercado de trabalho" e contra o regime laboral da Administração Pública, também com algumas normas a serem sujeitas a verificação da sua constitucionalidade. Carvalho da Silva apelou ainda à participação dos presentes para um "grande 1º de Maio" em defesa dos direitos dos trabalhadores.
A manifestação contou com a presença de Miguel Portas e Francisco Louçã, que viu neste protesto "uma grande demonstração da força popular, que é a força da democracia de resposta ao desemprego, ao trabalho precário, ao abuso enorme que se instalou na sociedade portuguesa". "É a Galp e a EDP que têm lucros mas aumentam os preços, atingindo em particular as famílias mais pobres, são os bancos, são os juros, é o Código de Trabalho que aumenta a precariedade. A resposta a isto tem de ser este povo que fala", afirmou o deputado bloquista.
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Esquerda.Net