quarta-feira, julho 12, 2006

Tá bem tá!

Por aquilo que vi e ouvi ontem nos media, o ministro da economia (Manuel Pinho) deve ser a única criatura à face da Terra que não conhece a GM. Ora, se não conhece, tinha obrigação de já ter nomeado uma qualquer comissão de secretários de estado (o que o vulgo designa por boys) para ficar a conhecê-la pelo menos um bocadinho melhor!
Desenganem-se aqueles que pensam que sou um expert na GM... atrever-me-ia mesmo a dizer que dessa "missa" não conheço nem isto (estou neste momento a juntar o meu polegar e o indicador, o mais próximo que consigo). No entanto, pelos escassos conhecimentos que me chegaram através de documentários da terra do Tio Sam, fiquei a saber que em Flint, no Michigan, no longínquo ano de 1989, a GM foi responsável pelo encerramento da maior e mais lucrativa fábrica a funcionar em solo americano, e pelo consequente despedimento de 30000 trabalhadores. Como não será difícil de adivinhar, (infelizmente, a recente história mundial tem-nos mostrado cada vez mais casos destes) a fábrica mudou-se para um qualquer país em que os trabalhadores não protestam por melhores condições laborais, nem por melhores salários e muito menos pelo número de horas que trabalham.
Para que as minhas fontes não fiquem por identificar, posso dizer que obtive estes dados no documentário Roger & Me, da autoria de Michael Moore. Neste documentário, o realizador tenta, ao longo de três anos, entrevistar o presidente da GM da altura (acerca do encerramento da fábrica), enquanto que em Flint cresce a recessão, o desemprego e o crime. Algumas das cenas mais impressionantes deste documentário mostram Roger Smith (o “presidente” da GM) a citar Charles Dickens acerca do Natal e da bondade humana, enquanto vemos uma família a ser despejada; e também o governo local a investir dinheiro no turismo, trazendo evangelistas para a cidade para encorajarem os desempregados a rezar por trabalho.
À luz da realidade portuguesa, facilmente concluímos que, apesar de ter anunciado que vai processar a GM, o governo não vai conseguir evitar o inevitável! No entanto, quero que fique claro que acho bem que o tenham feito. Só não acho bem que tentem “maquilhar” o procedimento que adoptaram, de modo a fazer crer que poderão ser obtidos alguns benefícios com o encerramento da Opel da Azambuja. A expressão que me ocorre para descrever toda esta situação é “contenção de danos”. Passo a explicar: “já que não conseguimos evitar que a Opel feche, ao menos damos ares de quem está a tentar fazer um grande favor aos 1200 trabalhadores qualificados que vão para o olho da rua”.
Mas, por outro lado, se conseguirem obter as indemnizações que pretendem, tanto melhor. Resta saber como é que as vão aplicar!

12 comentários:

Macambúzia Jubilosa disse...

As pessoas querem é ter um emprego, estabilidade, o ordenado ao fim do mês para pagarem as contas que tem de pagar, para poderem pagar o casamento da filha, o empréstimo para a casa, a educação dos filhos, as férias no Algarve.

É isso que as pessoas querem...

Não é indemnizações remediativas e pontuais....

Esta postura actual, revolta-me profundamente, esta valorização dos interesses economicistas em detrimento das pessoas, como se a economia não servisse para servir as pessoas (passo a redundância).

E o Estado tem aqui um papel e uma rsponsabilidade.

Porque o Estado É e SERVE as pessoas, não as empresas.

Enfim... vamos lá a dar as indemnizações para tapar o sol com a peneira e acima de tudo para calar a boca das pessoas...

A indemnização não é algo bom e também não é uma esmola. É um direito, é o minimo que se pode dar a estas pessoas. Portanto, que se dê. Mas que se dê sem grandes alaridos, sem grandes publicidades e com o sentimento profundo de vergonha por não terem conseguido fazer o que de facto deviam ter feito por elas...

""#$ disse...

Caros senhores:

Todos em unissono ergam as mãos e digam bem alto, elevando as vozes até ao Céu, gritando a plenos pulmões:

PS, PS, PS, PS, PS.

Mas ... quando se cansarem mudem de refrão e gritem com timbre forte:
GM, GM , GM , GM , GM.

GM e PS:
Digam lá que não parecem as siglas de um grupo de super heróis?
Qua salvam as vitimas e prendem os culpados?
e voam pelo ar como uma bala?

E o caro amigo Maio ainda escreve u post destes?
tsss,tsss ,shame on you...

Héliocoptero disse...

Epá, duas entradas com o mesmo tema e nos mesmos dias numa semana apenas é realmente de quem está de passo acertado :p

Mais um bocado e já podemos ser padrinhos de casamento de alguém, LOl!

Quanto à GM, concordo com o que o Francisco Louçã e outros já disseram: devia haver legislação europeia para controlar as deslocações de empresas. O seu objectivo pode ser o lucro, mas não se pode esquecer que também há uma responsabilidade social a ter em conta.

J. P. disse...

é por isto q eu defendo o fim do ministério da economia e a substituição por uma agência muito menor.
Desperdício de dinheiro que podia ser canalizado para as funções sociais do Estado.

Rui Maio disse...

Caro Pedro Silva:
da última vez que verifiquei o artigo 37 da Constituição da República Portuguesa, ponto 1 podia ler-se "Todos têm o direito de exprimir e divulgar livremente o seu pensamento pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio, bem como o direito de informar, de se informar e de ser informados, sem impedimentos nem discriminações." E isto também se aplica aos super-heróis! Ou vai-me dizer que nunca teve o seu preferido? (o meu era o Son Goku!)

""#$ disse...

Caro Rui maio :

Curvo-me, esmagado e com dores nas costas pela sua defesa apaixonada do livre arbítrio para a classe do super herói, esse eterno desconhecido do nosso tempo.

Vou já vergastar-me em frente ao altar da GM mais próximo,pelo meu lapso.

Nunca tive um preferido mais vários
Aprecio mais a complexidade de personalidade do herói- digamos assim.
Por isso é que não aprecio o PS(nem a GM). Não tem personalidade.

J. P. disse...

Quanto menos pensamos numa pessoa, mais insignificante ela se torna, até desaparecer de vez... o mesmo se aplica por estes lados.

Macambúzia Jubilosa disse...

rsrsrsrs

oh golfinho...então?

Não era preciso mandares a boca aqui, podias ter mandado lá no post da discórdia...

vá...

anda cá...

vem a meus braços...

vamos fazer as pazes...




(Rui Maio: isto já parece perseguição...é sempre nos teus posts)

J. P. disse...

Existem pessoas que se tomam em muita consideração.
Este meu comentário foi dirigido ao comentador anterior e a flame fátua e desnecessária que por aqui corria.
Ossos e costelas do ofício
Não ligo a pitinhas, deixei de o fazer há muito - são inimputáveis

Rui Maio disse...

Perseguição? Flame fátua? Mas vocês importam-se de falar português?
MJ e Golfinho: toda esta exacerbação ainda vai dar em casamento :p
E eu que o diga!!!

J. P. disse...

Rui, não dá, já tenho 36 anos. Existe uma incompatibilidade: eu não tenho impedimentos nem derimentes, nem absolutos; ela tem absolutos - menos de 16 anos em idade real e mental

Macambúzia Jubilosa disse...

Tens 36 anos???? pasme-se!

E ainda apaixonado pelo Bono Vox???

Olha e é bom vir aqui comentar, não é? Mandar umas bujardas, uns bitaites, chamar nomes aos outros e tal...

E golfinho nada sabes sobre mim... portanto, não faças conjecturas. Eu não as fiz contigo...

Bolas... 36 anos e tão mal-educado... impressionante.

Mas eu percebo, é fodido quando os outros tem razão... E ainda para mais assim, publicamente.

Dá cabo de qualquer ego e as atitudes reactivas vem todas ao de cima...

Daí o não quereres comentários no teu blog. Agora percebo. Serias facilmente humilhado tal é a fragilidade dos teus argumentos.

Beijinho na testa para ti...